Ratos podem ter transmitido doença fatal a quatro crianças no Rio
Uma ratazana capturada será enviada hoje (11) para a Fundação Osvaldo Cruz. De acordo com diretor do centro, Luis José de Souza, a existência das tocas e a apreensão do animal reforçam a hipótese de que as mortes tenham sido causadas por Hantavirose. A doença é transmitida por roedores, assim como a leptospirose, mas apresenta gravidade muito maior, podendo levar à morte em menos de 24 horas.
As vítimas apresentaram insuficiência respiratória com vômitos, náuseas, tonteiras e rapidamente entraram em parada cardio-respiratória seguida de morte súbita. Apenas uma das crianças chegou a receber atendimento médico.
A prefeitura de Campos está realizando uma ação de limpeza em toda localidade de Parque Santa Rosa, uma área semi-rural, onde ocorreram as mortes. O objetivo é conter a proliferação dos ratos causada por más condições de saneamento básico e de higiene. De acordo com o coordenador do Centro de Controle de Zoonoses, a existência de lixo é o que mais atrai os roedores.
Em entrevista ao programa Redação Nacional, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, Luis José de Souza lembrou que a precariedade do saneamento básico é muito freqüente em áreas semi-rurais, (localizadas na periferia da região urbana, mas com contato com a área rural) e representa um risco para a saúde da população. Para o coordenador, a situação é fruto da ausência do poder público e de falhas educacionais.
“Vivemos uma realidade em que você vê nas regiões periféricas falta de coleta de lixo, poços artesianos abertos sem controle, falta de esgoto. Isso é um trabalho difícil, mas a verdade é que não há presença do poder público.”
Ele fez um alerta à população para que acondicione adequadamente os alimentos e, principalmente, os restos de comida a fim de não atrair os roedores.
O material enviado pelo Centro de Zoonoses será examinado pelo Laboratório de Hantavirose do Instituto Osvaldo Cruz, que deve confirmar ou não a ocorrência da doença. Além do animal e de material da criança, também seguem amostras de sangue coletadas de parentes e vizinhos das vítimas.
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