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Segunda - 10 de Julho de 2006 às 13:45

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Há uma expectativa quanto ao depoimento da ex-assessora do Ministério da Saúde, Maria da Penha que, nesta tarde, será interrogada por 8 dos 17 membros da CPI dos Sanguessugas. Até agora, ela revelou duas versões sobre a máfia dos sanguessugas. Penha é uma das 81 pessoas denunciadas pelo Ministério Público Federal. O grupo participaria de um esquema de compra de emendas parlamentares e da venda de ambulâncias e equipamentos hospitalares a preços superfaturados.

Em depoimento dado à Justiça Federal, dia 19 de junho, em Cuiabá, a ex-assessora do Ministério da Saúde, Maria da Penha, disse que Darci Vedoin, dono da Planam, comprava emendas parlamentares. Já em entrevista à imprensa de Cuiabá, no sábado, Penha deu uma nova versão e afirmou que “ouviu dizer” que havia fraude envolvendo a Planam e ainda negou a participação de políticos no esquema.

O interrogatório de Penha acontecerá no prédio da Assembléia Legislativa e está marcado para começar às 14 horas.

Planam, empresa instalada em Cuiabá, era quem vendia ambulâncias a preços superfaturadas. Essa mesma empresa era quem elaborava e negociava com os parlamentares os projetos de emendas, mecanismo que permite a captação de dinheiro federal para adquirir as ambulâncias. Maria da Penha trabalhou na Planam e ajudou a elaborar 283 projetos.

A reportagem do MidiaNews teve acesso ao depoimento dado por Penha ao juiz federal Jeferson Schneider. Eis um trecho onde ela cita que Darci, o dono da Planam, disse que comprava as emendas.

“QUE algumas vezes a interroganda (Penha) podia verificar que os dados inseridos no projeto nem sempre espelhavam as necessidades das entidades; QUE o acusado Darci desautorizou a interroganda a fazer o contato com as entidades beneficiadas, haja vista, segundo ele, as emendas parlamentares terem sido compradas por eles e, por essa razão, eles teriam autonomia na elaboração do projeto (grifado pela reportagem); QUE, nessa oportunidade, a interroganda tomou ciência de que as emendas teriam sido adquiridas pela Planam do parlamentar; QUE a interroganda sabe informar que eram os próprios gabinetes dos parlamentares que passavam, ao escritório da Planam, as senhas necessárias para a elaboração dos pré-projetos e projetos das entidades beneficiadas”.

Quando saiu da Planam, Maria da Penha copiou em disquetes de computador os 283 projetos que ajudou a elaborar.

Penha já foi secretária de saúde em cinco municípios mato-grossenses: Comodoro, Lambari do Oeste, Nova Marilândia, Jauru e Barra do Garças. Ela conseguiu emprego de assessora especial do Ministério da Saúde por meio de indicação da cúpula nacional do PMDB. Penha trabalhou lá de agosto do ano passado até maio deste ano, quando fora presa por conta do envolvimento com a máfia.

O Ministério Público Federal denunciou 81 pessoas que teriam ligação com a chamada máfia dos sanguessugas. No dia 4 de maio foram presas 45 pessoas, 30 das quais foram postas em liberdade por conta de medidas judiciais.

Luiz Antonio Trevisan Vedoin e Darci Vedoin, pai e filho, permanecem detidos. Darci sentiu-se mal durante audiência judicial duas semanas atrás e foi internado. Luiz Antonio presta depoimento à Justiça Federal desde segunda-feira passada. Os parlamentares da CPI devem ouvir Luiz Antonio amanhã.





Fonte: Midia News

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