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Nacional
Segunda - 10 de Julho de 2006 às 10:07

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O período de estiagem nem começou e as queimadas no Estado de São Paulo já apresentam um aumento de 15% em relação ao ano passado. Agosto e setembro são os meses que concentram os focos de incêndio, mas em São Paulo eles já somam 1.600 e colocam o Estado em segundo lugar no ranking da destruição ambiental, só perdendo para Mato Grosso, com 2.500 focos. Em todo o ano passado, foram 3.730 focos em São Paulo, 16% mais do que em 2004, quando houve 3.220 casos.

Para se ter uma idéia do problema, principalmente nas regiões norte e noroeste do Estado, na terça-feira passada foram 170 pontos de incêndio mapeados pelos satélites e registrados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No início daquela noite, um único satélite rastreava 35 focos.

“Isso chama a atenção e preocupa muito, afinal, a temporada de queimadas ainda nem começou e o número é muito alto”, disse o pesquisador do Alberto Setzer, responsável pelo monitoramento no Brasil.

Para o especialista, as condições climáticas são as menos culpadas neste processo acelerado de destruição ambiental. “Do ponto de vista meteorológico este não é um ano relativamente seco, tem chovido e a umidade do ar não está tão baixa.”

Setzer diz que o período crítico ainda está por vir e que os focos diários podem chegar a 10 mil no País. “As ações são intencionais. Garrafas e latas não causam fogo em vegetação. Isso é mito.”

O que foi constatado pelos pesquisadores é que nas regiões norte e noroeste as queimadas ocorrem em canaviais e os focos podem estar relacionados com a larga produção de álcool combustível. “O consumo do álcool acelera a produção nas usinas que acabam queimando mais cana. Isso pode explicar o aumento.”

O Inpe também mostra, em sua página na internet, o risco de novas queimadas nos Estados. Na semana passada, a maior parte do mapa de São Paulo estava na cor vermelha, que indica alto risco.

Neste ano, no País, já são 10.370 focos de incêndio ante 16.800 no mesmo período do ano passado. Apesar da queda, o volume de destruição é gigante. “E a estiagem está ainda no começo, como se estivéssemos nos primeiros dez minutos de um jogo de futebol”, lamenta o pesquisador.

O fogo emite poluentes tóxicos que prejudicam a qualidade do ar e a atmosfera. “O dióxido de carbono, por exemplo, não é tóxico, mas colabora para a contaminação da atmosfera e para o efeito estufa. Aliás, as queimadas são responsáveis por 85% do efeito estufa.”

Áreas de conservação, florestas, parques nacionais e estaduais também não escapam dos incêndios. Em agosto passado, o Parque Estadual da Serra da Mantiqueira, em Campos do Jordão, registrou um incêndio de 27 horas que destruiu 100 hectares. Nessas áreas, fiscalização, prevenção e combate cabem ao Ibama.





Fonte: Agência Estado

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