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Saúde é a favor de legalizar aborto
A saúde pública de Mato Grosso é favorável à legalização do aborto na tentativa de evitar os cerca de 4 mil atendimentos/ano de mulheres vítimas de procedimentos mal sucedidos. Como o da funcionária pública Idivalnete Maria da Silva Lemes, 30, que morreu na semana passada após 5 dias internada. Ela não resistiu aos ferimentos provocados pela introdução de um instrumento perfurante no útero.
Pelo menos 960 mulheres passaram pelo mesmo tratamento de Idivalnete, só nos primeiros três meses deste ano. Por mês, o Sistema Único de Saúde (SUS) realiza no Estado uma média de 250 curetagens, uma intervenção para "raspar" os restos de placenta e evitar infecções generalizadas nas pacientes pós-aborto. O número de internações (sem a curetagem) oscilou entre 1.142 e 552, respectivamente, entre o ano passado e 2003.
Para o coordenador da Saúde da Mulher da Secretaria de Estado de Saúde (SES), o ginecologista Victor Fernandes, sob o ponto de vista da saúde pública, a legalização não incentiva, mas evita mortes preveníveis em decorrência de técnicas equivocadas e falta de acompanhamento médico.
"O número de abortos clandestinos é muito maior que imaginamos, as meninas pobres sofrem mais porque não conseguem nenhum tipo de apoio".
Quem são elas? Mulheres entre 15 e 30 anos, com pelo menos um filho e que buscam a interrupção da gravidez como uma opção para o planejamento familiar. Uma parte delas opta pelos medicamentos (misoprostol ou cytotec) ou chás (quinino, canela ou folha de algodão).
Mas algumas adolescentes ou jovens de baixa renda ainda usam procedimentos do século passado, como agulhas de crochê, talos de mamona ou até cabides para a retirada do filho indesejado.
Por ser considerado crime pelo Código Penal brasileiro, nenhuma delas assume o risco de contar a verdade. A saúde pública também não pergunta, uma falha que pode levar a outros abortos mal assistidos e com sérios riscos à saúde da mulher.
"Na maioria das vezes não sabemos com absoluta certeza se elas induziram, apenas em casos graves, com perfuração de útero, bexiga e/ou intestino", acrescenta Fernandes.
Para a coordenadora do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Organização da Mulher (Nuepom), a professora universitária Vera Bertolini, o Estado não pode mais fechar os olhos para os casos de morte e sequelas daquelas que tentaram o aborto, já que eles refletem um problema social de falta de planejamento familiar e estrutura social.
"Até quando vamos continuar encarando hipocritamente como pecado ou crime? Estas mulheres precisam de ajuda".
Vera avalia como precário o acesso aos métodos contraceptivos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Apesar de saberem que podem ficar grávidas, a maioria das jovens não tem orientação suficiente sobre a própria sexualidade.
Pelo menos 960 mulheres passaram pelo mesmo tratamento de Idivalnete, só nos primeiros três meses deste ano. Por mês, o Sistema Único de Saúde (SUS) realiza no Estado uma média de 250 curetagens, uma intervenção para "raspar" os restos de placenta e evitar infecções generalizadas nas pacientes pós-aborto. O número de internações (sem a curetagem) oscilou entre 1.142 e 552, respectivamente, entre o ano passado e 2003.
Para o coordenador da Saúde da Mulher da Secretaria de Estado de Saúde (SES), o ginecologista Victor Fernandes, sob o ponto de vista da saúde pública, a legalização não incentiva, mas evita mortes preveníveis em decorrência de técnicas equivocadas e falta de acompanhamento médico.
"O número de abortos clandestinos é muito maior que imaginamos, as meninas pobres sofrem mais porque não conseguem nenhum tipo de apoio".
Quem são elas? Mulheres entre 15 e 30 anos, com pelo menos um filho e que buscam a interrupção da gravidez como uma opção para o planejamento familiar. Uma parte delas opta pelos medicamentos (misoprostol ou cytotec) ou chás (quinino, canela ou folha de algodão).
Mas algumas adolescentes ou jovens de baixa renda ainda usam procedimentos do século passado, como agulhas de crochê, talos de mamona ou até cabides para a retirada do filho indesejado.
Por ser considerado crime pelo Código Penal brasileiro, nenhuma delas assume o risco de contar a verdade. A saúde pública também não pergunta, uma falha que pode levar a outros abortos mal assistidos e com sérios riscos à saúde da mulher.
"Na maioria das vezes não sabemos com absoluta certeza se elas induziram, apenas em casos graves, com perfuração de útero, bexiga e/ou intestino", acrescenta Fernandes.
Para a coordenadora do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Organização da Mulher (Nuepom), a professora universitária Vera Bertolini, o Estado não pode mais fechar os olhos para os casos de morte e sequelas daquelas que tentaram o aborto, já que eles refletem um problema social de falta de planejamento familiar e estrutura social.
"Até quando vamos continuar encarando hipocritamente como pecado ou crime? Estas mulheres precisam de ajuda".
Vera avalia como precário o acesso aos métodos contraceptivos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Apesar de saberem que podem ficar grávidas, a maioria das jovens não tem orientação suficiente sobre a própria sexualidade.
Fonte:
Gazeta Digital
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/289975/visualizar/
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