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Internacional
Sábado - 08 de Julho de 2006 às 17:25

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O Prêmio Nobel da Paz José Ramos Horta foi nomeado primeiro-ministro do Timor Leste, anunciou o presidente Xanana Gusmão em entrevista coletiva celebrada neste sábado, pondo um fim a semanas de incerteza política. "Acertamos nomear José Ramos Horta primeiro-ministro, Estanislau da Silva primeiro vice-primeiro-ministro e Rui Araujo, segundo vice-primeiro-ministro", disse Gusmão.

José Ramos Horta renunciou no fim de junho a seus cargos de ministro das Relações Exteriores e da Defesa ao saber que o questionado primeiro-ministro, Mari Alkatiri, permanecia no cargo. Alkatiri demitiu-se no dia 26 do mesmo mês, depois de intensas pressões nacionais e internacionais e por acusações de ter ordenado a criação de um esquadrão da morte para eliminar os opositores.

"O programa do novo governo se concentrará na resolução da crise para que a população possa voltar para suas casas e que a situação se normalize", acrescentou o presidente.

O porta-voz de Ramos Horta, Chris Santos, disse que o novo chefe de governo não fará qualquer declaração até segunda-feira.

Na sexta-feira, o partido Fretilin, de Mari Alkatiri, que controla uma cômoda maioria de 55 cadeiras em um total de 88 no Parlamento, entregou uma lista de candidatos para o cargo de premier a Gusmão. Ramos Horta não é membro do Fretilin, mas contribuiu para fundá-lo.

Este Prêmio Nobel da Paz de 56 anos, que dirigirá o país até as eleições previstas para o início de 2007, era considerado um líder potencialmente unificador para esta jovem nação que obteve sua independência em 2002.

Ramos Horta é um veterano diplomático que, nas últimas semanas, atuou como um embaixador da paz itinerante, participando em reuniões com grupos rebeldes e militares para obter a reconciliação entre as ambas as partes.

Ramos Horta tem grande popularidade no país, depois de ter sido por anos o porta-voz internacional da resistência ao regime de Jacarta, que ocupou o Timor Leste de 1945 a 1999.

Para o Timor Leste, país mais pobre do continente asiático, era vital que se encontrasse um primeiro-ministro capaz de criar um futuro pacífico depois de um período de muita violência. Vinte pessoas morreram em maio em uma série de incidentes causados por desavenças de origem étnica. Estas violências levaram à fuga para campos de refugiados 150.000 timorenses de uma população total de um milhão de pessoas.

Os deslocados se recusam a voltar para suas casas por medo de novos distúrbios, apesar da presença de uma força de intervenção estrangeira de 2.200 homens, entre eles policiais e militares.





Fonte: AFP

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