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Economia
Sábado - 08 de Julho de 2006 às 12:36

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A representante comercial dos Estados Unidos, Susan Schwab, usou termos duros para analisar a participação de países como Brasil, Índia e China nas negociações de liberalização do comércio da Rodada Doha, cobrando maior abertura comercial desses países.

"Isso não é um debate Norte-Sul. Há países em desenvolvimento que estavam [na reunião da OMC em Genebra] que foram tão ou mais enfáticos que os EUA na questão da abertura de mercados. Mas há países em desenvolvimento avançados, poderes emergentes ou existentes, que gostariam de se esconder atrás dos menos desenvolvidos e mais pobres, que claramente deveriam ter concessões nessas negociações", disse.

A representante comercial acrescentou que "os Brasis, as Índias e as Chinas deste mundo deveriam e poderiam participar desta negociação, inclusive abrindo os mercados para beneficiar outros países em desenvolvimento, porque é um triste fato que 70% das tarifas pagas por países em desenvolvimento são pagas a outros países em desenvolvimento".

"Se nós queremos realmente atingir a promessa da Rodada Doha, precisamos gerar não só mais comércio Norte-Sul, como claramente queremos; não só mais comércio Norte-Norte como queremos; mas também mais comércio Sul-Sul."

A representante dos EUA também reafirmou sua disposição de melhorar a proposta em relação a subsídios e tarifas agrícolas, tema que está travando a rodada, contanto que outros países façam concessões em acesso a mercados.

Schwab demonstrou certa impaciência em relação às negociações, na qual a União Européia e o G20 (países em desenvolvimento liderados por Brasil e Índia) se uniram para pressionar os EUA: "Talvez o resto do mundo esperasse que os EUA apareceriam para conceder mais em termos de subsídios e agricultura e receber menos em acesso a mercados. Não há equilíbrio nessa equação".

Em outro momento, a representante questionou: "Na semana passada, os EUA sinalizaram disposição de modificar sua proposta para subsídios e agricultura. Será que nossos parceiros não ouviram, ou não quiseram ouvir, que essa disposição está ligada a um requisito por maior acesso a mercados?".

Schwab disse, porém, que não questiona os motivos dos outros países. "Sei que o que estão fazendo é tão difícil politicamente quanto é para nós."





Fonte: Folha Onlaine

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