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Internacional
Sábado - 08 de Julho de 2006 às 10:58

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Andrés Manuel López Obrador, o candidato de esquerda que ficou em segundo lugar na polêmica eleição presidencial do México, usará um de seus trunfos neste sábado. Ele apelará para que as massas o ajudem a reverter sua derrota por uma pequena margem de votos.

López Obrador diz que a eleição do candidato conservador, Felipe Calderón, no último domingo, foi marcada por irregularidades. Ele vai discursar sobre o caso diante de uma grande multidão na praça Zocalo, na capital.

Popular na Cidade do México, de onde já foi prefeito, o candidato da esquerda espera pelo menos 100.000 pessoas para a manifestação marcada para 17h (19h, no horário de Brasília).

Ele entrou na Justiça contra Calderón, que já posa de presidente depois que uma recontagem na quinta-feira que deu a vitória a ele por menos de 1 ponto percentual.

O presidente dos EUA, George W. Bush, e o primeiro-ministro espanhol, Jose Luis Rodriguez Zapatero, também de esquerda, desferiram novos golpes contra López Obrador ao telefonarem para seu rival, na sexta-feira, congratulando-o pela vitória nas eleições.

López Obrador ainda tem de apresentar provas sobre uma fraude de grande escala. Uma equipe de observadores da União Européia disse que não houve grandes irregularidades.

López Obrador, que tem se mantido a maior parte do tempo longe do público desde a manhã de quinta, desencorajou a violência entre seus partidários. Muitos deles relembraram a eleição presidencial de 1988, que acredita-se, tenha sido roubada pelo governo, controlado pelo Partido Revolucionário Institucional (PRI), que ocupava o poder há muito tempo. v "Vamos trilhar o caminho legal e pacífico", disse Gerardo Fernandez, porta-voz do Partido da Revolução Democrática.

POUCOS PROBLEMAS

A esquerda pede uma recontagem completa dos votos, em vez de nova contagem das prévias de totalização, como aconteceu. Porém, a lei mexicana não permite tal recontagem.

O Instituto Eleitoral Federal, que conduz a eleição, disse que autoridades de todos os partidos, bem como milhões de cidadãos, foram chamados aleatoriamente para ajudar no dia da eleição para trabalhar nas zonas eleitorais, e poucos registraram ocorrência de problemas.

O arquiteto Carlos Sedeno, 31, disse que outra recontagem será um exagero. "É como um voto de não-confiança em todos que participaram do processo eleitoral. Havia representantes de todos os partidos", disse. "É como duvidar da honestidade de todos."

López Obrador foi um dos líderes da resistência civil em Tabasco, seu estado natal, nos anos 1980 e 1990, quando fechou poços de petróleo e obstruiu os trabalhos do governo do estado por semanas em protesto contra fraude eleitoral.

Milhares de residências no estado ainda não pagam contas de energia elétrica como parte da campanha instigada por López Obrador contra o resultado do pleito de 1994.

A corte eleitoral tem até 31 de agosto para decidir sobre as queixas de López Obrador e até 6 de setembro para declarar oficialmente o vencedor da eleição.





Fonte: Reuters

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