Site da capital condena o "Voto Útil"
O bairrismo exagerado leva ao xenofobismo, palavra que significa aversão, rejeição e, em alguns casos, até ódio a tudo e a todos que não sejam da mesma cidade.Trata-se, como se vê, de um sentimento que representa o atraso na política. Em Tangará da Serra, por exemplo, está criando raízes um movimento intitulado de Voto Útil e que tem características xenófobas. Esse movimento vem conclamando a população local a não votar em nenhum candidato que seja de fora daquela cidade, ainda que tenha domicílio eleitoral na mesma região.
Além de atrasado politicamente, esse movimento mostra a burrice de quem o idealizou, a partir do princípio que, se eles rejeitam votar em candidatos de fora daquela cidade, o mesmo preceito vale para os eleitores de outras cidades que, partindo desse princípio, podem entender que não devem votar também em candidatos de Tangará da Serra, especialmente naqueles que são recomendados por esse movimento.
Os idealizadores do tal Voto Útil, que fazem parte da diretoria da Associação Comercial e Empresarial de Tangará da Serra e do Sindicato dos Empregados do Comércio em Geral daquela cidade, precisam ampliar seus horizontes e ver que Tangará não é uma comunidade à parte de Mato Grosso. A não ser que eles queiram transformá-la em “curral eleitoral”, iguais àqueles que existiam em Mato Grosso, em anos passados, e cujos donos eram os famosos coronéis da política – representantes legítimos da ignorância e das práticas anti-democráticas.
Além do mais, os dois candidatos a deputado estadual e um federal que esse movimento defende como os únicos dignos (na visão lá deles) de receberem os votos dos tangaraenses, para serem eleitos precisam dos votos de eleitores de outras cidades daquela região e até de outras regiões de Mato Grosso.
Os tais comandantes do xenofobismo em Tangará da Serra, também precisam entender que eles não são os proprietários dos votos da soberana população da Tangará da Serra, cujos eleitores, certamente, não aceitam mais os tempos de “currais” e não querem, obviamente, ser encabrestados por ninguém.
O movimento pelo Voto Útil se contradiz quando, ao mesmo tempo em que prega (o que não deixa de ter conotação nazistóide) o não-voto em candidatos com domicílio eleitoral em outros municípios, faz campanha aberta contra a candidatura a deputada federal de Thaís Barbosa (PMDB), ex-deputada estadual e ex-prefeita daquela cidade e que tem o seu domicílio eleitoral e residencial naquela cidade. Dona Thaís é uma mulher de moral ilibada e, até onde se sabe, seu nome nunca esteve envolvido em nenhum desses escândalos que, diariamente, pipocam na Imprensa.
Apenas Thaís Barbosa deve ter uma visão mais democrática e que, obviamente, contraria o que vem sendo pregado pela cartilha do atraso desse movimento, aliás, erradamente intitulado de "Voto Útil", porque de útil não tem nada. E fato que explica porque ela vem sendo combatida pelos que querem fazer ressurgir na progressista e moderna Tangará da Serra uma política coronelesca, de encabrestamento de votos e que se esperava estivesse já sepultada.
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