Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Sábado - 08 de Julho de 2006 às 09:40

    Imprimir


Ângela Fânzeres Cerqueira saiu presa de Petrópolis para o Rio com quase R$ 4 mil na calcinha. O dinheiro só foi descoberto ao ser revistada na 9ª DP (Catete). Ela alegou que a quantia foi retirada da poupança para pagar um advogado que teria contratado. Na casa, foram apreendidos ainda celulares e a camisa com a foto de Pedro Machado Lomba Neto, o Pedro Dom, com a inscrição 'Bonde do 157', referência ao artigo do Código Penal para roubos. "Ganhei na missa dele. Nunca a usei e nem mostrei para os meus filhos."

Com voz firme, mas bastante confusa e inquieta, Ângela contou detalhes de sua vida. "Nasci e me criei na Zona Sul. Estudei em bons colégios. Fiz até o primeiro ano do Ensino Médio, mas engravidei e parei", relatou.

Sobre o dinheiro, ela alegou ter conseguido vendendo roupas. "Sou sacoleira, vamos no popular. Estava juntando dinheiro para comprar um terreno e construir uma casa para meus filhos", afirmou. "Ontem (quinta-feira), vim ao Rio falar com o advogado e ele me pediu dinheiro. Eu ia pagá-lo."

Ângela lembrou que conheceu Pedro Dom há seis anos. "Nos conhecemos no Lido, onde morávamos. Freqüentávamos a praia e festas", revelou, dizendo que nos últimos meses de vida do assaltante os contatos entre eles eram raros, apesar do filho. "Procurei-o muito. Queria que ele saísse das drogas. Eu o amava. Tinha um plano de vida com ele que era legal. Ele adorava meus filhos e o dele. Antes de perdê-lo para a morte, o perdemos para as drogas", disse ela, admitindo que foi usuária de entorpecentes.

Ângela afirmou que nunca teve ajuda de Pedro Dom. Segundo ela, ele alugou um apartamento em Copacabana depois que P. nasceu, mas que não pagou o aluguel. "Ele deu uma sumida. Seis meses depois saí de lá", relatou, acrescentando que foi para Petrópolis para proteger o filho caçula. "Não queria que ele fosse exposto. Não vivia foragida. Se fosse assim, teria mudado de nome", alegou.

"Passei por muitos problemas. Cometi erros, mas quero ser reintegrada à sociedade e criar meus filhos. Às vezes, a gente tem que ir ao inferno para voltar ao céu", disse ela, que perdeu o pai há dois meses.

Antes de engravidar, Ângela foi para Vitória, capital do Espírito Santo, onde permaneceu por três meses. Lá, disse que "passou necessidade" e acabou roubando. Quando foi presa, já estava grávida de Pedro Dom.

Violência em assalto na Ilha No Rio, Ângela foi condenada por furto de uma calça numa loja em Botafogo. Ela também é acusada de ter assaltado uma residência na Ilha do Governador, em 9 de fevereiro de 2004. Na ocasião, as cinco vítimas contaram na delegacia que foram atacadas por mulher armada, branca, magra, loura e alta.

Reconhecida por foto em seguida, ela teve apoio de cinco homens armados, entre eles Eric Milton Cunha Ruiz, preso e condenado a seis anos e três meses de prisão. O bando levou objetos eletrônicos, jóias e US$ 3 mil (R$ 6.549). Os outros assaltantes não foram identificados. As vítimas foram amarradas e trancadas num cômodo, após serem agredidas com coronhadas.

No Espírito Santo, ela é acusada de participar de roubo a loja de departamentos em Vitória. Ângela esteve, dia 16 de setembro, no enterro de Dom, no Cemitério do Caju. Segundo a polícia, ela pode ter distribuído jóias que ele roubava.





Fonte: 24HorasNews

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/290148/visualizar/