Madeireiros voltam a falsificar documentos para transporte ilegal em Mato Grosso
De acordo com esses órgãos, os madeireiros agora falsificam a guia eletrônica criada há um ano para certificar a legalidade do carregamento. O coordenador de fiscalização do Ibama em Mato Grosso, Lesly Tavares, explica que as guias são retiradas várias vezes e acabam passando pela fiscalização.
Teoricamente, uma vez que a guia fica registrada no posto de fiscalização, o madeireiro não poderia passar no mesmo local com a mesma guia. “Para isso, existem muitas possibilidades, eles alteram a placa do caminhão e utilizam guias frias”, conta Tavares.
As guias possuem um código de barras, digitado nos postos de fiscalização. Por meio de computadores e internet, o código deve corresponder ao que aparece na tela do computador. As fraudes aconteceram em lugares que não possuem estrutura física e acesso à internet.
“Durante o processo de fiscalização, o veículo é parado para apresentar a documentação com o código de barras, mas ele não poderá ser lido porque ainda que disponhamos de equipamentos para fazer a fiscalização existem lugares que ainda não possuem cobertura celular. As fraudes enquadradas são em cima do trecho que sai da floresta e seguem até a madeireira”, explica o coordenador do Ibama.
As guias são autorizações usadas para o transporte de carga. Segundo o coordenador, a retirada do documento é inteiramente eletrônica. O madeireiro se cadastra e passa por um processo de regulamentação da empresa. Depois, ganha uma senha para solicitar e retirar as autorizações para o transporte da madeira.
Ao final do processo, o madeireiro tem direito a um crédito. A partir dele, podem ser feitas compras e vendas de madeira. Nessa operação, são emitidas guias que comprovam a origem do produto.
A operação Curupira instalada em Mato Grosso, no ano passado, para fiscalizar ações de madeireiros aplicou, em 2006, R$ 155 milhões em multa, apreendeu cerca de 45 mil m³ de madeira ilegal e embargou 54 mil hectares por desmatamento. Os resultados correspondem às bases de Alta Floresta, Sinope e Vila Rica.
Os dados da base Aripuanã ainda não foram consolidados. A unidade foi a última a ser instalada e passou a operar no inicio de junho As quatro bases foram reativadas neste ano para ajudar a fiscalizar todo o processo de desmatamento, indo da derrubada das árvores até o transporte da madeira.
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