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Cidades/Geral
Sábado - 08 de Julho de 2006 às 06:58
Por: Aline Chagas

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Todos os membros da família Trevisan Vedoin e Medeiros serão interrogados novamente pelo juiz da 2ª Vara Federal de Mato Grosso, Jeferson Schneider. Nos novos depoimentos os empresários, considerados líderes do esquema de compra irregular de unidades móveis de saúde, irão colaborar com a Justiça para que recebam os direitos previstos para quem dá informações importantes à investigação.

A expectativa agora é que eles revelem os nomes dos deputados federais que receberam propina para a apresentação de emendas parlamentares destinadas à aquisição de ambulâncias. Desde o início desta semana, sabe-se que cerca de dez municípios de Mato Grosso também adquiriram ônibus para o transporte escolar de forma irregular.

O primeiro a prestar depoimento contando detalhes de como ocorria o esquema da Operação Sanguessuga é Luiz Antônio Trevisan Vedoin, que presta depoimento desde a última segunda-feira. O filho do empresário Darci Vedoin fala ao juiz até hoje. Além do depoimento, Luiz Antônio entregou a Schneider novos documentos com dados fundamentais para a investigação que não foram apreendidos pela Polícia Federal.

A mudança de comportamento dos membros das duas famílias faz parte da estratégia de defesa, a pedido dos principais suspeitos de envolvimento no esquema. O objetivo é mostrar que na verdade eles não são os “cabeças” do esquema, mas sim membros “descartáveis” para quem verdadeiramente tem a possibilidade de negociar emendas, os deputados. Segundo fontes ligada aos Vedoin, os membros da família querem mostrar que eram “usáveis” e que novos negociadores já podem ter assumido o lugar deles na “máfia das ambulâncias”.

Ontem a família Trevisan Vedoin começou a trabalhar com o advogado Otto Medeiros. Desde que a Operação Sanguessuga foi deflagrada pela Polícia Federal no dia 4 de maio, o advogado defende o empresário Ronildo Pereira Medeiros, dono da Frontal, e outros membros da família. Darci Vedoin e família tiveram três advogados diferentes.

O primeiro foi Roberto Cavalcante, substituído em menos de um mês por Laura Gisele Spínola durante um período de transição para que Eduardo Mahon assumisse. Mahon renunciou na segunda-feira ao caso, quando Laura Gisele assumiu novamente, enquanto Otto Medeiros analisava a proposta da família.

Entre os 81 denunciados pelo Ministério Público Federal por participação no esquema, fazem parte da família Trevisan Vedoin o empresário Darci José Vedoin, Cléia Maria Trevisan Vedoin (esposa de Darci), Luiz Antônio Trevisan Vedoin (filho), Helen Paula Duarte Cirineu Vedoin (esposa de Luiz Antônio), Alessandra Trevisan Vedoin (filha do empresário) e Ivo Marcelo Spínola Rosa (marido de Alessandra).

Contra eles pesa a acusação de serem alguns dos principais elementos do esquema por serem donos da Planam e outras empresas de fachada, como a Santa Maria e Oxitec.

A defesa confirmou ontem que todos prestarão novos depoimentos, inclusive Darci José Vedoin, que está de volta ao anexo Pascoal Ramos (Polínter) após quase uma semana internado no Hospital São Matheus com crise de hipertensão. A família Medeiros é dona da empresa Frontal e acusada de ter outras empresas fantasmas.

Das duas famílias, apenas Darci, Luiz Antônio, Ivo e Ronildo continuam presos. Os quatro estão no anexo Pascoal Ramos. Os outros membros foram liberados após os depoimentos, com a revogação da prisão preventiva pelo juiz ou por meio de habeas corpus do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.





Fonte: Diario de Cuiabá

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