<b>Índia surda-muda de 9 anos dá à luz uma menina em Manaus</b>
Inicialmente, o nascimento da criança estava previsto para ocorrer entre os últimos dias 14 e 21 de junho, porque os médicos temiam que a índia --que tem 1,3 m de altura e pesa 40 kg-- não suportasse uma gravidez de nove meses. O bebê nasceu na 38ª semana, com 42 cm e 2,210 kg.
Mãe e bebê deverão permanecer internados por um mês e, depois, voltarão à aldeia Jatuarana, em Manacapuru (84 km ao sul de Manaus).
O caso foi descoberto em abril quando a menina, com febre alta, foi encontrada na aldeia por técnicos de enfermagem da organização não-governamental Coiab (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira). Na aldeia, ela morava em uma casa com uma irmã de 15 anos, um cunhado e sobrinhos. Estava com pneumonia e malária.
Na aldeia Jutuarana, moram 35 pessoas distribuídas em cinco casas de madeira, todos parentes da menina apurinã. A terra de 5.000 hectares está homologada. O lugar fica a uma hora e meia de voadeira (canoa com motor de popa) pelo rio Manacapuru.
O grupo, que fala a língua aruaque, é originário da região do médio Purus, na qual estão espalhados os outros apurinãs. A população total no Amazonas e Rondônia é de 4.087 índios (dado da Funasa).
Violência
O caso está sendo investigado pela PF a pedido da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), embora a Coiab o trate como questão cultural.
Segundo a coordenadora de saúde da Coiab, Ana Lúcia Salazar, as apurinãs mantêm relações sexuais a partir da primeira menstruação. "A gravidez da menina apurinã não é tratada como um crime, é tratada como um rito cultural, elas engravidam cedo", disse.
Para a Funasa, o agressor deve ser localizado e preso de acordo com o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). "O ECA vale para os índios também", disse coordenador da Funasa no Estado, Francisco Aires.
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