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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Quinta - 06 de Julho de 2006 às 23:10

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O representante especial da ONU (Organização das Nações Unidas) para o Sudão, Jan Pronk, anunciou nesta quinta-feira que a organização retirará suas tropas do leste do país africano, após a saída dos combatentes do Exército Popular de Libertação do Sudão (EPLS).

Pronk fez o anúncio em entrevista coletiva em Cartum, capital sudanesa. Segundo ele, a missão das Nações Unidas na região de Kasala, próxima à fronteira com a Eritréia, foi concluída com a retirada dos milicianos do EPLS.

As tropas da organização e os policiais estrangeiros, que, sob o comando da ONU, vigiavam a região de Kasala, serão retirados, já que o EPLS retirou suas tropas da localidade de Hamchakorit, afirmou Pronk.

Ele lembrou que a retirada do EPLS ocorre no marco do cumprimento do acordo paz assinado no ano passado entre o governo sudanês e o EPLS, que pôs fim a mais de duas décadas de guerra civil no sul do país.

Pronk considera que já não existem motivos para que as autoridades sudanesas mantenham as restrições que impedem o trabalho das organizações humanitárias da ONU no leste do Sudão. O representante disse ainda que a situação na região de Darfur, no oeste do país, é "péssima", devido aos enfrentamentos entre grupos tribais.

A região sofre ainda com conflitos internos no Movimento de Libertação do Sudão (MLS), entre a facção liderada por Meni Arkau Minaui, que assinou o tratado de paz para Darfur em Abuja há dois meses, e a liderada por Abdelwahed Mohamed Nur, que se opõe a esse tratado.

Pronk advertiu ainda para as "perigosas divisões" nos campos de refugiados, que vem causando enfrentamentos "sangrentos" entre os que apóiam e os que rejeitam o acordo de paz.

O representante da ONU disse estar preocupado com a atuação de 19 grupos armados em Darfur, motivo pelo qual pediu o reforço das tropas de pacificação da União Africana lotadas na região.

O conflito de Darfur explodiu em fevereiro de 2003, quando o MLS e o MJI (Movimento da Justiça e Igualdade) pegaram em armas para protestar contra a pobreza e a marginalização da região.

Cerca de 200 mil pessoas morreram desde então, e dois milhões foram forçados a abandonarem seus lares, alojando-se em campos de refugiados em Sudão e Chade. Segundo a ONU, este é um dos piores desastres humanos deste século.





Fonte: Folha Onlaine

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