FBI prende suspeitos de roubar segredos da Coca para vendê-los à Pepsi
A Pepsi informou a Coca-Cola sobre o esquema, que foi revelado depois que um agente do FBI sob disfarce pagou US$ 30 mil, transportados em uma caixa de biscoitos, a um dos suspeitos, segundo comunicado divulgado hoje pelo escritório da promotoria no Estado da Georgia (sul dos EUA).
Os suspeitos, Ibrahim Dimson (30), Edmund Duhaney (43), e Joya Williams (41), devem ser levados diante de um juiz federal na cidade de Atlanta (capital do Estado) amanhã (7).
Segundo o promotor do Estado, David Nahmias, "o roubo de segredos comerciais valiosos não será tolerado, nem pelo Departamento de Justiça nem pelos concorrentes, como esse caso mostrou".
No dia 19 de maio, a Pepsi remeteu à sede da Coca-Cola, em Atlanta, uma cópia de uma carta que recebeu em um envelope timbrado da Coca-Cola. O remetente --que, segundo o FBI, foi Ibrahim Dimson-- se identificou como "Dirk". Na carta, Dimson afirmou ser um funcionário de alto escalão da Coca-Cola e oferecia "informações confidenciais e bastante detalhadas".
A Coca-Cola informou o FBI em seguida. A assistente administrativa da empresa Joya Williams foi identificada, através de gravações telefônicas, como a fonte da informação de Dimson: ela também foi filmada no sistema de segurança da Coca-Cola vasculhando arquivos e colocando documentos em sacolas.
Williams foi vista ainda nas fitas da segurança colocando em sua bolsa um frasco, com um rótulo branco e que correspondia à descrição do frasco de um novo produto que vem sendo desenvolvido pela empresa --a Coca-Cola verificou que o produto dentro do frasco era de fato uma amostra do novo produto.
No dia 16 de junho, o agente do FBI pagou US$ 30 mil, escondidos em uma caixa de biscoitos, pelos documentos passados por Dimson. Nesse mesmo dia, Dimson manteve contato com Williams e com Edmund Duhaney, segundo gravações telefônicas. Duhaney abriu uma conta conjunta com Dimson para receber US$ 1,5 milhão prometido pelo agente para ficar com o restante dos documentos confidenciais. O depósito deveria ter ocorrido ontem, segundo a promotoria.
Segundo o diário americano "The Wall Street Journal", o presidente e executivo-chefe da Coca-Cola, Neville Isdell, disse em um memorando que "embora essa falha de confiança seja difícil de aceitar, ela ressalta a responsabilidade que cada um têm de ser vigilante na proteção de nossos segredos comerciais". Ele determinou também uma revisão nas políticas de proteção de informações.
O porta-voz da Coca-Cola, Ben Deutsch, informou que entre as informações roubadas não estava a fórmula do produto principal da empresa, o refrigerante Coca-Cola, trancada em um cofre em um banco em Atlanta. "A fórmula secreta não correu e não corre risco", afirmou.
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