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Economia
Quinta - 06 de Julho de 2006 às 10:22

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A redução de preços constatada pela Fipe desde maio deste ano resultou em aumento da renda disponível para as famílias. O crescimento do poder aquisitivo do consumidor e a expectativa de queda de juros farão com que a economia tenha neste semestre desempenho melhor do que o primeiro.

Essa é a avaliação de Fábio Silveira, diretor da RC Consultores, ao analisar a deflação de 0,31% em junho, divulgada ontem pela Fipe, da USP. No primeiro semestre deste ano, a inflação foi de 0,10%.

"O real valorizado em relação ao dólar, que trouxe mais importados para o país, fez a indústria reduzir preços para poder competir. Isso resultou em maior poder de compra para as famílias. Este semestre deverá ser melhor do que o primeiro para o comércio e para a indústria", afirma Silveira.

A renda disponível para as famílias já vinha subindo com a recuperação, ainda que modesta, da atividade industrial e do emprego. Em abril, a renda real do trabalhador subiu 5% na comparação com abril de 2005.

Na análise de Silveira, o aumento do poder aquisitivo do consumidor e a expectativa de juros menores vão resultar em mais consumo de alimentos, de eletroeletrônicos e de roupas. "Com mais renda e juro menor, aumenta o potencial de compra dos consumidores."

Para Fernando Montero, economista da Corretora Convenção, o câmbio valorizado, que resultou na queda dos preços de produtos, provocou transferência de renda da agricultura para salários e aposentadorias.

Ele exemplifica: em junho de 2005, uma pessoa que recebia R$ 300 de salário mínimo e comprava a cesta básica por R$ 201,17 ficava com sobra de R$ 98,80. No mês passado, essa pessoa, que recebe R$ 350 de salário mínimo, paga R$ 190,30 pela cesta, com sobra de R$ 159,7. "A renda disponível após a compra da cesta para alguém que ganha um mínimo aumentou 62% no último ano. Isso vai para o consumo", informa.

Marcela Prada, economista da Tendências, não é tão otimista em relação aos efeitos da deflação de junho sobre o consumo daqui para a frente. "A deflação foi resultado da queda de preços dos alimentos, em conseqüência de boas condições climáticas, e dos combustíveis, provocada pela entrada da safra de cana-de-açúcar. Não vejo isso se repetir daqui para a frente."

Para a economista, o consumo no primeiro semestre foi influenciado pela inflação baixa e pelo aumento da renda do trabalhador. "O cenário é diferente para este semestre, já que se espera inflação mais elevada. Com a taxa de câmbio mais estável, a redução de preços de produtos tende a se esgotar." A Tendências prevê que o IPCA deverá ficar em 4,3% neste ano.





Fonte: 24horas news

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