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Cidades/Geral
Quinta - 06 de Julho de 2006 às 08:41
Por: Silvana Ribas

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Nenhum dos cinco filhos de Suzana de Oliveira, 34, possuem certidão de nascimento. Sílvia, 15, Lucas, 12, Douglas, 8, Débora, 7, e Vitor, 6, não estudam. São cinco mato-grossenses que estão fora das estatísticas, isto é, são brasileiros que oficialmente não existem. Em Mato Grosso, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2004, o percentual de crianças sem certidão era de 19,6%, acima da média nacional, de 16,4%. Na tentativa de mudar este quadro o vereador Lúdio Cabral (PT) é autor de projeto de lei que visa garantir a emissão gratuita do registro civil de nascimento a todas as crianças nascidas em hospitais e maternidades do Sistema Único de Saúde (SUS) em Cuiabá. Segundo ele, com a aprovação da lei diminuirá o índice de pessoas não registradas no prazo legal, que é de até 90 dias após o parto na capital.

De acordo com o especialista em informatização e estruturação de cartórios, Rosivaldo Rodrigues, o trabalho de registro civil nas maternidades não só atende a uma necessidade da população como tem execução viável.

"Se o dono do cartório não for conservador, trabalhar com informatização, ele não oferecerá resistência a proposta, pois ela atende ao princípio de que o serviço do cartório é também facilitar e melhorar a vida das pessoas".

A idéia do projeto surgiu no ano passado durante sessão comemorativa do Dia Mundial da Saúde na Câmara Municipal. Na ocasião o promotor de justiça da Vara Especializada da Infância e Juventude, José Antônio Borges Pereira, alertou para necessidade de ações que combatam as estatísticas de sub-registro.

O projeto insere-se ainda na Campanha Nacional pela Erradicação do Sub-registro de nascimento no país. Coordenada pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, a campanha que teve início em outubro de 2003 tem o objetivo de sensibilizar os municípios para o propósito de universalização do registro civil de nascimento.

Para Lúdio Cabral, por meio do projeto de lei será aberto um amplo debate sobre o tema, envolvendo donos de cartórios, poder público municipal e a sociedade como todo. O objetivo é construir ações concretas de combate a esse indicativo de desigualdade social e da exclusão da cidadania.





Fonte: A Gazeta

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