Doenças da voz são tratadas no Centro de Reabilitação
De acordo com a fonoaudióloga e supervisora técnica do Cridac, Roberta de Freitas, o serviço de fonoaudiologia atende portadores de lesões neurológicas, vítimas de acidente cerebral vascular, Mal de Parkinson e, mais especificamente no caso do Laboratório da Voz, profissionais como professores e cantores que utilizam a voz como instrumento de trabalho. Em média são atendidos 280 pacientes por mês.
O objetivo é realizar a prevenção, avaliação e reabilitação dos distúrbios vocais. Ao todo são 14 fonoaudiólogos, sendo que seis profissionais atuam no serviço de fonoterapia e os demais (oito) no Centro de Referência de Assistência ao Deficiente Auditivo. A conduta terapêutica é desenvolvida de acordo com o quadro ou patologia do paciente.
Conforme o fonoaudiólogo Fábio Seabra da Cruz, “o mau uso e abuso da voz, posturas corporais e padrões respiratórios inadequados são algumas das situações que podem levar uma pessoa a desenvolver distúrbios ou patologias vocais”.
No Laboratório da Voz, os pacientes são orientados sobre o uso adequado e as formas de prevenir os prejuízos à saúde vocal. Primeiro, o paciente passa por uma triagem que consiste em avaliar antecedentes, o perfil da voz da pessoa e se essa voz vem sendo utilizada adequadamente ou não. Depois, o paciente realiza a audiometria tonal liminar, que mede a sensibilidade com que o ouvido da pessoa capta sons, e análises acústicas computadorizadas de voz, em que se utiliza o programa voxmetria, exame que permite a análise da qualidade vocal.
Entre os sintomas mais comuns estão: rouquidão, soprosidade, aspereza, irritação nas pregas ou cordas vocais, dor na garganta, fadiga vocal, pigarros e sensação de corpo estranho na garganta. “Se a pessoa apresentar três destes sintomas por mais de 15 dias deve procurar um otorrinolaringologista ou um fonoaudiólogo imediatamente”, disse. Além da otorrinolaringologia, Fábio Seabra lembra que a saúde vocal também está diretamente ligada a outras áreas como endocrinologia, neurologia, ortopedia e ortodontia.
“É importante procurar um profissional para tratar adequadamente o problema e evitar que resulte em patologias mais sérias, como nódulos nas pregas vocais, pólipo, edema de reinke (inchaço na prega vocal), cisto e até mesmo câncer. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que o Brasil é o segundo colocado no mundo em números de casos de câncer de laringe”, explicou Fábio.
Algumas dicas do fonoaudiólogo Fábio Seabra para prevenir distúrbios vocais incluem beber bastante líquido, evitar ingerir bebida alcoólica, não fumar e o repouso da voz nos fins de semana no caso de pessoas que usam a voz profissionalmente. O paciente é encaminhado rotineiramente ao otorrinolaringologista para verificar o desaparecimento da patologia.
O Laboratório da Voz também orienta o paciente a manter uma boa higiene vocal, que consiste em uma série de condutas que devem ser adotadas para evitar complicações vocais, reeducar e restabelecer a qualidade vocal adequada. Conforme Fábio Seabra, a água gelada, os chocolates, poeira e ácaros, o pólen de plantas, os perfumes são agentes que podem provocar agravos na qualidade vocal.
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