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Cidades/Geral
Quarta - 05 de Julho de 2006 às 07:48

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Escolas localizadas na periferia quase sempre são os únicos espaços de lazer das comunidades. Porém ficam fechadas nas férias e nos finais de semana. Abri-las fora do horário letivo é a idéia central da ação "Escola da Família".

A previsão é de que o projeto, da rede municipal de ensino em cooperação técnica com a Organização das Nações Unidas para a Educação (Unesco), comece a ser executado até o final do ano por 20 unidades municipais em pontos estratégicos, como informa a coordenadora da iniciativa, Sanny Lisboa.

A idéia é também ir mais além do lazer e oferecer serviços dentro de quatro eixos de atuação: cultura, esporte, geração de emprego e renda e saúde.

"Queremos atender a todos, inclusive aos que não têm filhos na escola", observa.

O objetivo maior deste tipo de ação é dar o que fazer a crianças expostas à criminalidade e adultos desmotivados.

De acordo com Sanny Lisboa, experiência idêntica desenvolvida em São Paulo já aponta uma redução de 70% nas ocorrências em locais próximos a escolas abertas.

Este é justamente o nome dado ao projeto em outros estados que também decidiram seguir este caminho.

"Aqui em Cuiabá, contra a violência nas escolas e contra as escolas, já tentamos de tudo e não deu certo. Tiramos vigias e colocamos vigilância eletrônica, agora voltamos com o vigia e o que a gente perceber é que medidas repressivas não funcionam", avalia.

Segundo ela, nas próximas férias o projeto já estará em andamento e certamente terá uma programação própria.

Algumas escolas estaduais já abrem suas portas aos finais de semana, conforme apurou a reportagem. Mas não para uso indiscriminado.

A assessoria de imprensa da Seduc explica que há o projeto "Abrindo o Jogo", por meio do qual 90 unidades são abertas aos finais de semana, com acompanhamento apenas do vigia de plantão.

A Escola Estadual Ranulpho Paes de Barros, no bairro Santa Isabel, é uma delas. Só a quadra é disponibilizada. O secretário da escola, Jesiel Lemes, explica que computadores, biblioteca e outros serviços que poderiam ser prestados exigiriam educadores junto porque poderia haver vandalismo.

Sobre a eficiência deste tipo de iniciativa ele avalia que ameniza o problema social mas não resolve.

O vice-presidente do Sintep, Gilson Romeu da Cunha, observa que não basta ceder o espaço público. Para essa idéia funcionar são necessárias políticas recreativas.

No entanto, defende esta filosofia por achar que a escola não poder ser um "gueto" dentro do bairro onde se localiza, mas sim um espaço integrado a ele.





Fonte: A Gazeta

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