Na periferia, escolas são os principais centros de lazer
A previsão é de que o projeto, da rede municipal de ensino em cooperação técnica com a Organização das Nações Unidas para a Educação (Unesco), comece a ser executado até o final do ano por 20 unidades municipais em pontos estratégicos, como informa a coordenadora da iniciativa, Sanny Lisboa.
A idéia é também ir mais além do lazer e oferecer serviços dentro de quatro eixos de atuação: cultura, esporte, geração de emprego e renda e saúde.
"Queremos atender a todos, inclusive aos que não têm filhos na escola", observa.
O objetivo maior deste tipo de ação é dar o que fazer a crianças expostas à criminalidade e adultos desmotivados.
De acordo com Sanny Lisboa, experiência idêntica desenvolvida em São Paulo já aponta uma redução de 70% nas ocorrências em locais próximos a escolas abertas.
Este é justamente o nome dado ao projeto em outros estados que também decidiram seguir este caminho.
"Aqui em Cuiabá, contra a violência nas escolas e contra as escolas, já tentamos de tudo e não deu certo. Tiramos vigias e colocamos vigilância eletrônica, agora voltamos com o vigia e o que a gente perceber é que medidas repressivas não funcionam", avalia.
Segundo ela, nas próximas férias o projeto já estará em andamento e certamente terá uma programação própria.
Algumas escolas estaduais já abrem suas portas aos finais de semana, conforme apurou a reportagem. Mas não para uso indiscriminado.
A assessoria de imprensa da Seduc explica que há o projeto "Abrindo o Jogo", por meio do qual 90 unidades são abertas aos finais de semana, com acompanhamento apenas do vigia de plantão.
A Escola Estadual Ranulpho Paes de Barros, no bairro Santa Isabel, é uma delas. Só a quadra é disponibilizada. O secretário da escola, Jesiel Lemes, explica que computadores, biblioteca e outros serviços que poderiam ser prestados exigiriam educadores junto porque poderia haver vandalismo.
Sobre a eficiência deste tipo de iniciativa ele avalia que ameniza o problema social mas não resolve.
O vice-presidente do Sintep, Gilson Romeu da Cunha, observa que não basta ceder o espaço público. Para essa idéia funcionar são necessárias políticas recreativas.
No entanto, defende esta filosofia por achar que a escola não poder ser um "gueto" dentro do bairro onde se localiza, mas sim um espaço integrado a ele.
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