Alunos da rede estadual participam de campeonato de jiu-jitsu
O jiu-jitsu é uma das modalidades de esporte ofertadas em dez escolas estaduais localizadas nos municípios de Rondonópolis, Tangará da Serra e Cuiabá.
O resultado positivo dessa iniciativa pode ser observado com a empolgação e seriedade com que o aluno André Carino, de 11 anos, fala do esporte. Há apenas dois meses praticando jui-jitsu na Escola Estadual “Presidente Médici”, em Cuiabá, ele participou da competição e ficou em 1º lugar na categoria Infanto-juvenil.
Disciplinado, André conta que já praticou judô e karatê, mas que atualmente, por falta de opção, “ficava em casa assistindo televisão e até engordei”, disse. O esporte é oferecido na “Presidente Médici” em dois períodos e atende aproximadamente 30 alunos.
Emilly Naine Xavier, de 15 anos, é outra beneficiada pelo projeto. Ela estuda na Escola Estadual “Renilda Silva Morais”, em Rondonópolis, e viu no esporte a oportunidade de realizar um sonho. “Eu desejava muito praticar jiu-jitsu, mas era muito caro na academia – cerca de R$ 60 mensais“, revela Emilly. A estudante, que está na sétima série, também ficou em 1º lugar na sua categoria, o Juvenil Feminino.
A pequena atleta-estudante, Raysa Kawane de Souza de Oliveira, se emocionou ao saber sua colocação na 2ª etapa do campeonato: 1º lugar da categoria Infantil. “Eu não esperava o primeiro lugar, tinha saído triste do tatame, mas valeu a pena vir competir”, disse. Raysa garante que é uma boa aluna e que será uma ótima atleta. Ela também mora em Rondonópolis e estuda na escola-modelo “André Maggi”.
Meninas
Além de revelações, as escolas estaduais levaram para o jiu-jitsu de Mato Grosso uma característica nova: um número alto de meninas competindo. “No país, este esporte é basicamente de homens. Já aqui no Estado o cenário é bem diferente e temos muitas mulheres no tatame”, contou o presidente da Federação Olímpica de Jui-Jitsu de Mato Grosso, Paulo César Venâncio.
De acordo com Venâncio, o esporte, ao contrário do que se pensa, não é violento. O jiu-jtsu, explica ele, tem fundamentos milenares das artes marciais, cuja ramificação resultou na criação do judô e karatê. “Até o esporte mais praticado no Brasil, o futebol, é mais violento que o jiu-jitsu”, garantiu Venâncio.
Nas escolas estaduais, o jiu-jitsu faz parte do projeto Aplauso, que oferece aos alunos atividades extracurriculares. O coordenador do projeto na Seduc, Marcone Dantas Correa, explica que embora o Aplauso tenha sido implantado há mais de dois anos, o jiu-jitsu começou a ser trabalhando apenas neste ano nas escolas da rede estadual. Isso, graças a um convênio com a Federação Olímpica de Jui-Jitsu de Mato Grosso. “O projeto foi criado para ser uma das ferramentas de auxílio no processo de ensino-aprendizado dos alunos com dificuldades de aprendizagem e riscos educacionais”, ratifica Marcone.
Atualmente, o Aplauso atende mais de 52 mil crianças e adolescentes de escolas públicas de todo o Estado, com atividades extras que vão desde aulas de danças – além do balé são oferecidas aulas de jazz - ao reforço escolar, fora do horário de aula. Isso faz com que o estudante fique, em muitas vezes, em período integral na escola. Além dos alunos das escolas estaduais também são atendidos os das escolas municipais. Este ano, o Governo do Estado já firmou parceria com 95 prefeituras e 34 escolas estaduais, no valor de R$ 4,5 milhões, para dar continuidade ao projeto.
Jiu-jitsu
Apesar de se tornar mais popular no Japão, o jiu-jitsu começou na Índia há mais de dois mil anos atrás. Conta a história que a pratica foi desenvolvida pelos monges budistas, porque eles eram proibidos, pela religião, de se defenderem com armas e usar a agressividade.
Sentindo a necessidade de defesa e conhecedores de pontos vitais do corpo desenvolveram as técnicas do jiu-jitsu. Caracterizando-se por ser uma arte marcial para o tipo físico do seu povo: franzino e de baixa estatura.
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