Relator de CPI desafia presidente do STF
"Há uma ordem judicial que deve ser cumprida. A comissão, no entanto, tem autonomia e independência para agir. A comissão não vai ficar cerceada pelo sigilo. Se for necessário, haverá quebra de sigilo no momento oportuno", disse Lando.
O presidente da CPI, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ) , defendeu que todos os parlamentares tenham acesso à documentação sobre as investigações. Segundo ele, cada parlamentar tem de ser responsável o suficiente para manter o assunto em sigilo.
Biscaia defendeu a possibilidade de apresentar relatórios parciais ao decorrer das investigações. "A proposta inicial é apresentar em 60 dias, mas a possibilidade de relatórios parciais é uma boa idéia".
O pedido da ministra provocou reações de parlamantares da base e da oposição. O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ) disse que "ainda que nos coloquem na cadeia, vamos divulgar as informações no momento oportuno". Já o deputado Raul Jungmann (PPS-PE) informou que apresentará à comissão um requerimento pedindo uma nova conversa com o STF para que eles revejam a decisão do sigilo bancário. "Me defronto com o pedido de sigilo. Ele não faz sentido e gera injustiças", disse Jungmann.
O senador Jefferson Peres (PDT-AM) disse que "o sigilo a ser mantido por 20 pessoas só acontece se 19 morrerem".
Depoimentos Apesar de o pedido de parlamentares, o depoimento do delegado da Polícia Federal do Mato Grosso Tardelli Boaventura acontecerá em total sigilo. O relator da CPI das Sanguessugas, senador Amir Lando (PMDB-RO) pediu para Tardelli fazer pelo menos uma parte de sua exposição aberta ao público. O delegado, no entanto, não concordou. Ele disse ver dificuldades em separar o que pode ser dito e o que não pode. "Acho que se o objetivo da CPI é investigar, e a minha presença é para colaborar, acho necessário meu depoimento ser fechado",argumentou.
Ainda não foi decidido, mas o mesmo deverá ocorrer com o depoimento do procurador da República de Mato Grosso Lúcio Avelar.
Já foram aprovados requerimentos para convocação da ex-assessora especial do Ministério da Saúde Maria da Penha Lino e dos empresários Darci José Vedoin, dono da Planan Indústria Comércio e Representação Ltda, e Luiz Antônio Trevisan, proprietário da Santa Maria Comércio e Representações, além do advogado da Planan, Luiz Aires.
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