Dólar retoma baixa e Bovespa sobe, mas volume deve ser pequeno
O mercado está de olho no Banco Central, que na segunda-feira, depois de um mês e meio, voltou a comprar dólares à vista. "Embora ele sempre diga que seu objetivo é apenas recompor reservas, acaba aproveitando a oportunidade para fornecer um equilíbrio maior às cotações", afirma Miriam Tavares, diretora de câmbio da corretora AGK.
Desde a quarta-feira passada, o dólar vinha registrando desvalorização ante o real, porque, em comunicado divulgado após a sua última reunião para discussão de política monetária, o Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) alimentou esperanças de que o aperto monetário pode estar próximo do final.
Os investidores estrangeiros que abandonaram o país depois de 10 de maio, quando o Fed havia frustrado as expectativas dos investidores de sinalização de fim do ciclo de elevação da sua taxa básica de juros, podem estar começando a voltar e, somando isso ao elevado superávit da balança comercial do país, a tendência do dólar a partir de agora é de maiores quedas, as quais o BC tentaria impedir.
Outros analistas ressaltam que o BC também não tem interesse em fazer as cotações subirem muito mais, já que a elevação da moeda norte-americana acaba se traduzindo em aumento da inflação.
A partir do final de maio, quando o dólar chegou a subir até R$ 2,40, os indicadores de inflação que incluem produtos cujos preços acompanham a variação da moeda norte-americana, como commodities, tiveram aceleração. O IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), medido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), por exemplo pulou para 0,75% em junho de 0,38% no mês anterior.
"Diante da possibilidade de o BC voltar a comprar, nossa expectativa para o curto prazo é de que as cotações oscilem entre R$ 2,15 e R$ 2,20", diz Tavares.
Paralelo e turismo
O dólar paralelo ficava estável aos R$ 2,38 e o turismo também se mantinha em R$ 2,26.
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