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Economia
Segunda - 03 de Julho de 2006 às 18:20

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O dólar comercial, que desde a manhã desta segunda-feira vinha em queda, mudou de tendência no meio da tarde após o Banco Central anunciar um leilão de compra de divisas no mercado à vista, o primeiro após cerca de um mês e meio. A última operação do gênero havia sido realizada em 16 de maio.

Às 16h10, a moeda norte-americana, que na cotação mínima do dia chegou a R$ 2,157, subia 0,64%, vendida a R$ 2,18. O risco Brasil tinha alta de 3,33%, aos 248 pontos.

"Como o volume de negócios no mercado hoje está pequeno, a notícia fez o dólar subir rapidamente", diz Adilson Góes, diretor-adjunto da corretora Levycam. O número de transações é menor do que a média normal devido ao feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos --o expediente em Nova York foi encerrado às 14h (horário de Brasília) e amanhã não haverá atividades.

Na opinião de Sidnei Moura Nehme, diretor-executivo da corretora NGO, o leilão deve ter sido realizado pelo BC para recompor suas reservas internacionais --já que recentemente utilizou os recursos para quitar dívidas antigas em moeda estrangeira-- e não com o objetivo de forçar uma alta das cotações. "Porque a alta do dólar acaba provocando um aumento da inflação também, e isso não interessa para o governo", explica o analista.

Em 5 de maio, o dólar comercial atingiu o menor valor desde 2001, R$ 2,056. Mas passou a subir depois do dia 10 daquele mês, quando o Fed (Federal Reserve, banco central norte-americano) frustrou as expectativas dos investidores de sinalização de fim do ciclo de elevação da sua taxa básica de juros. Em 24 de maio, chegou à maior cotação do ano, R$ 2,40. No período, os indicadores de inflação que incluem produtos cujos preços acompanham a variação da moeda norte-americana, como commodities, tiveram aceleração. O IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), medido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), por exemplo pulou de 0,38% em maio para 0,75% no mês passado.

Desde a última quarta-feira, o dólar vinha registrando desvalorização ante o real, porque após a sua última reunião para discussão de política monetária o Fed alimentou esperanças de que o aperto monetário pode estar próximo do final.

Nehme afirma que os bancos ainda têm muitas posições "compradas" em moeda americana, por isso não haveria risco de uma baixa muito acentuada apesar do alívio proporcionado pelo Fed.

As cotações também não teriam força para subir muito mais, porque o saldo positivo da balança comercial brasileira continua crescendo --chegou a US$ 4,082 bilhões em junho; o acumulado do ano é de US$ 19,541 bilhões-- e, com a maior tranqüilidade do mercado, os investidores estrangeiros devem começar a regressar ao país e as empresas brasileiras também devem voltar a fazer captações no exterior.

O dólar paralelo recuava 0,41%, para R$ 2,38, e o turismo ficava estável a R$ 2,26.





Fonte: Folha Online

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