Inflação em queda aumenta expectativa sobre baixa de juros

A taxa básica de juros (Selic), que atualmente é de 15,25% ao ano, deve cair para 14,75% na reunião que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central realizará nos próximos dias 18 e 19. A expectativa anterior dos economistas do setor privado, de que a taxa encerraria o ano em 14,50%, cai agora para 14,38%.

Isso é o que revela o boletim Focus divulgado hoje (3) pelo BC, com projeções de uma centena de analistas de mercado e de instituições financeiras sobre tendências dos principais indicadores da economia. Eles mantiveram, porém, a projeção de 13% para a taxa básica de juros até final do ano que vem.

De modo geral, não houve alterações significantes nas expectativas da pesquisa anterior. Apenas um leve aumento, de US$ 15,35 bilhões para US$ 15,45 bilhões, na perspectiva de investimento estrangeiro direto no setor produtivo este ano, contra redução de R$ 2,25 para R$ 2,24 na projeção de cotação do dólar norte-americano no encerramento de 2006 (R$ 2,35 em 2007).

A pesquisa aponta redução de 4,26% para 4,25% no crescimento da produção industrial, previsão que no início de junho era de 4,50%. Nada, porém, que altere o cenário em relação ao crescimento de 3,60% do Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todas as riquezas produzidas no país.

Além disso, os analistas de mercado mantiveram também a tendência de 50,50% para a relação entre dívida líquida do setor público e PIB no final do ano (relação que em maio foi de 50,70%, conforme relatório do Departamento Econômico do BC). Houve, contudo, ligeira elevação de 49,15% para 49,20% na projeção dívida/PIB para 2007.

Segundo a pesquisa do BC, o superávit (saldo positivo) da balança comercial (exportações menos importações) será mesmo de US$ 40 bilhões neste ano, o que vai permitir saldo em torno de US$ 9 bilhões na conta corrente, que envolve todas as transações comerciais e financeiras com o exterior.