Pekerman volta a dizer que não treinará mais a Argentina
"Sinto que terminou", afirmou o treinador em entrevista coletiva dada na madrugada de hoje, poucas horas depois de chegar a Buenos Aires com a delegação que representou o país na Copa do Mundo de 2006.
"Continuo na mesma situação", afirmou Pekerman, que já tinha dado por encerrado seu ciclo como técnico após a eliminação da Argentina pela Alemanha nas quartas-de-final da Copa do Mundo.
"Ficamos a dez minutos de cumprir o objetivo. Nós sempre dissemos que jogaríamos sete partidas e não conseguimos. Por isso sigo pensando que o ciclo está encerrado", afirmou.
Além disso, o técnico reconheceu que "foi um erro" não ter comentado a Grondona a decisão de sair antes de anunciar o fim de sua gestão na seleção aos jornalistas, logo após a partida da última sexta-feira em Berlim.
"É compreensível que Grondona esteja zangado", disse Pekerman antes de agradecer o apoio dos torcedores, que ontem à noite lotaram o aeroporto internacional de Buenos Aires para dar as boas-vindas à seleção argentina.
Várias pesquisas feitas pela imprensa local pediram a permanência de Pekerman, enquanto outras informações apontam que o presidente da AFA tentará convencer o técnico a continuar à frente da seleção.
"É preciso pensar neste tipo de coisa mais friamente. Talvez essas pesquisas digam outras coisas dentro de 20 dias. Agradeço por todo esse apoio, mas estou entre os que pensam que as decisões tomadas devem ser cumpridas", afirmou o treinador.
Já o ex-jogador Diego Maradona, que várias vezes manifestou seu interesse em comandar a seleção do país, disse que não tem nenhuma esperança em ser o sucessor de Pekerman.
"Não tenho nenhuma esperança porque sei que não vou com a simpatia de muitos dirigentes, já que sempre digo que a prioridade é sempre dos jogadores, até para viajar para um Mundial e conseguir ingressos para suas famílias", disse Maradona diretamente de Munique ao canal de televisão argentino "TyC Sports".
"Nunca falarei em público ou irei a um programa de televisão quando outro treinador estiver na corda bamba. Não faria isso nem que estivesse morrendo de fome porque tenho dignidade", apontou.
Sobre a possível saída de Pekerman, ele lembrou que o mesmo aconteceu com Marcelo Bielsa após a eliminação da Argentina na primeira fase em 2002, mas que ele acabou renovando e levando a seleção à conquista do ouro olímpico em Atenas, dois anos depois.
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