Israel faz novo ataque contra Gaza após receber ultimato
Ontem o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, ordenou que seja feito o que for preciso para libertar o soldado. "Quero que ninguém consiga dormir à noite em Gaza para que saibam o que sentem as comunidades do sul de Israel", disse, referindo-se às cidades que freqüentemente são alvo de ataques de foguetes palestinos Qassam [de fabricação caseira]. Olmert disse ainda que Israel não aceitará chantagens.
Poucas horas depois, os seqüestradores deram uma "última oportunidade" a Israel para recuperar o soldado Gilad Shalit, exigindo a libertação de cerca de 1.400 prisioneiros palestinos. Caso Israel não aceite a proposta, os seqüestradores disseram que vão considerar o "caso encerrado" [dando a entender que não haverá mais garantia da segurança do soldado].
Apesar de Israel ter dito que não negociará com terroristas, informações publicadas nesta segunda-feira pelo jornal israelense "Haaretz" dão conta que Olmert poderá libertar prisioneiros palestinos que não estejam envolvidos em atividades terroristas, casos seja acertada a libertação do soldado.
protesto
Nesta segunda-feira, cerca de cem pessoas fizeram uma manifestação em frente à representação diplomática do Egito em Gaza, para pedir que Cairo apóie a reivindicação palestina a favor da libertação de prisioneiros em troca da libertação do soldado israelense seqüestrado.
Com gritos de "pedimos ao Egito que fique do lado dos palestinos, e não dos ocupantes", um grupo de homens e mulheres --muitos com a fotos de parentes presos em Israel-- dirigiu-se até a delegação diplomática para entregar uma carta de protesto.
O grupo islâmico Hamas, à frente do governo palestino, rejeitou ontem uma proposta egípcia para resolver a crise gerada pelo seqüestro do soldado.
O primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, e parte da cúpula do governo que não foi detida por Israel [cerca de um terço dos membros do governo estão presos] estão escondidos em casa de pessoas de confiança e mantêm reuniões extremamente sigilosas. Há informações de que ele só se comunicam por fax ou e-mail, e nunca usam telefones celulares [que podem ser rastreados].
Alguns, como o vice-primeiro-ministro palestino, Naser al Shaer, estão "desaparecidos" desde a semana passada, quando começaram as ações de Israel contra a faixa de Gaza em represália ao seqüestro do soldado israelense. Membros do governo do Hamas também não estão usando carros para se locomover, e tampouco usam seus escritórios [alvos de ataques aéreos de Israel].
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