Buracos matam nas BRs de MT
Na avaliação do inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Alessandro Dorileo, os locais mais críticos no trecho até Cáceres ficam depois da Serra do Mangaval e antes do posto 120, um pouco após a metade do caminho, onde é impossível trafegar a mais de 20 km/hora. Os veículos, incluindo carretas e ônibus, trocam de pista com frequência, um risco constante de colisão ou capotamento. A viagem que poderia ser feita em 2,3 horas subiu para 4 ou 5 horas. No período noturno, o tráfego é ainda mais perigoso e demorado.
O vereador de Cáceres, Wilson Bosco Palhinha (PT), marcou uma audiência pública para discutir o assunto. Alega que a situação está cada vez pior, já que a pista não vê recuperação há cerca de três anos. "Também existe o prejuízo econômico, as pessoas passam por lá e em seguida precisam fazer alinhamento e balanceamento no veículo, sem contar os que têm os pneus e rodas danificados".
Outro trecho perigoso no Estado fica na BR-163, que liga Cuiabá a Jangada, onde o tráfego chega a 10 mil veículos por dia. Os buracos agravam a situação, pois existem poucos pontos de ultrapassagem, faltam acostamentos, faixas-duplas e inclusive sinalização vertical e horizontal.
Um buraco na mesma rodovia, entre Sinop e Itauba, tirou a vida de três pessoas no último dia 26. Eram 13h30 quando o fato aconteceu. As condições climáticas e a visibilidade eram boas. O motorista Osmar Back, 51, dirigia a Scania, placa HRO 4272, de São Gabriel D"Oeste (MS), quando se deparou numa curva aberta com um buraco de grandes proporções. Para evitar uma capotagem, já que estava em alta velocidade, ele desviou para a pista contrária onde bateu de frente com o Ford Cargo, placa ACP 9448, de Formosa (GO).
O condutor do Ford morreu carbonizado e só foi identificado algum tempo depois pelas características da carreta. Todos morreram, inclusive a passageira do bitrem, Terezinha Back, 53. Para o inspetor da PRF, o buraco realmente é assassino. "Não podemos menosprezar a situação da rodovia, porque situações como esta estão sempre propensas a acontecer".
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