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Polícia Brasil
Segunda - 03 de Julho de 2006 às 02:54

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A polícia está investigando como Evanilson Marques da Silva, o Dão, chefe do tráfico no Morro da Providência, na capital fluminense, tem conta-salário aberta em seu nome para receber pagamentos por supostos serviços prestados como estivador no Porto do Rio.

O delegado titular da 4ª DP (Central), Emerson Franco da Rocha, responsável pelo caso, vai mandar ofício ao banco por meio do qual recebem vencimentos os trabalhadores do Órgão Gestor de Mão de Obra do Trabalho Portuário do Rio (Ogmo).

Em depoimento à 4ª DP na semana passada, o gerente-executivo do Ogmo, José Carlos Patitucci Leitão, confirmou que o traficante recebeu recursos em conta aberta na agência de um banco privado, na Avenida Rio Branco, pelos 12 dias que teria trabalhado no porto este ano.

O objetivo do delegado é traçar perfil dos gastos do traficante e descobrir se a conta também foi abastecida com recursos provenientes da venda de drogas.

"Esperamos elaborar um perfil de como o traficante usa essa conta", explicou Franco da Rocha. Se o banco não colaborar com as investigações e se recusar a dar informações sobre movimentações financeiras da conta de Dão, o delegado deve entrar na Justiça e verificar os dados.

Pela média salarial mensal das categorias dos trabalhadores do porto, informada pelo Ogmo, o estivador recebe R$ 2.285 por 19 trabalhos no mês ¿ de acordo com dados dos últimos 17 meses. Dão pode ter recebido pelos 12 dias R$ 1.443. O valor já inclui proporcional de férias e 13º salário. Eles também têm direito a FGTS proporcional.

Os pagamentos são depositados nas contas-salário, abertas a pedido do Ogmo. "Nós pedimos à instituição financeira que abra a conta, e o trabalhador fornece a documentação exigida no próprio banco", explicou Patitucci. Cada cadastrado recebe um cartão para sacar o dinheiro nos terminais de auto-atendimento.

A conta-salário é uma conta de depósito à vista especial, para receber salários, vencimentos, aposentadorias, pensões e similares. Diferentemente da conta corrente, não permite o uso de cheques, por norma do Banco Central.

Prejuízo para o Rio Reportagens vêm mostrando, desde o dia 18, como o sistema de segurança do Porto do Rio é vulnerável. Dão, chefe do tráfico na Providência, tem cadastro de estivador do Ogmo e carteira do sindicato da categoria. Seu nome consta em 12 dias na lista de presença de trabalhadores, em 2006.

Normas de segurança estabelecidas em tratado internacional - o ISPS Code - não foram cumpridas pelo Porto do Rio. O prazo para a adequação terminou em dezembro. Nova data para fim das obras expirou sexta-feira. O porto pode ser descredenciado. Nesse caso, toda a carga que passa por aqui será considerada suspeita.





Fonte: O Dia

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