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Internacional
Domingo - 02 de Julho de 2006 às 21:50

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Milhares de mexicanos residentes nos Estados Unidos viajaram neste domingo de avião, ônibus ou carro para as cidades fronteiriças de seu país para votar nas eleições presidenciais.

O governo estabeleceu 86 mesas eleitorais ao longo da fronteira de 3.200 quilômetros que o México compartilha com o vizinho ao norte, para que os imigrantes que não cumpriram a tempo os trâmites para votar fora do país pudessem votar.

No meio do ano passado, o Congresso mexicano aprovou uma lei que derrubou a proibição de voto para os mexicanos que vivem no exterior. Com isso, os 10 milhões de mexicanos que vivem nos Estados Unidos puderam votar pelo correio.

Mas uma série de trâmites burocráticos prejudicou o processo, motivo pelo qual o Instituto Federal Eleitoral recebeu apenas 40.876 votos eleitorais. Desta forma, dos 4,2 milhões de mexicanos registrados no exterior que poderiam votar, apenas 1% pediu as cédulas.

Em Tijuana, cidade próxima a San Diego, os mexicanos chegaram de ônibus procedentes de Los Angeles e outras cidades da Califórnia. Muitos disseram ter viajado por causa da falta de informação sobre como proceder em relação às cédulas, por não contar com um título eleitoral obrigatório ou não terem preenchido corretamente o pedido.

Maria Salomé Rodríguez, 38 anos, que trabalha em uma granja, veio de carro de Fresno, Califórnia, levando oito horas para chegar. No aeroporto de Tijuana, onde havia uma urna de votação, precisou esperar duas horas para votar. Salomé e seu marido decidiram viajar ao verificar que seus pedidos foram recusados porque não "tinham escrito o endereço correto". "Queremos votar para que o México melhore e possa oferecer trabalho para seu povo, porque, embora estejamos longe, nosso coração sempre está em nosso país", disse.

Os mexicanos votaram em uma eleição presidencial bastante disputada em que se decide entre uma virada para a esquerda ou continuar com um programa conservador e defensor da globalização.

Cinco candidatos concorrem, mas as pesquisas mostram que a disputa será decidida entre dois deles: Andrés Manuel López Obrador, do Partido da Revolução Democrática (PRD) de esquerda, e Felipe Calderón, do Partido Ação Nacional (PAN), no governo.

Em Tijuana foram colocadas 20 urnas especiais não só para imigrantes, mas também para soldados em serviço e trabalhadores de fabricas, entre outros.

"Estou contente por participar destas eleições porque estamos vivendo uma democracia nova e, quem sabe, meu voto pode decidir a eleição. Poderia estar descansando em minha casa porém, para mim, votar é uma obrigação moral", disse Pedro Hernández, marido de Salomé.





Fonte: AP

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