Irã: resposta se baseará em interesses nacionais

O porta-voz do ministério iraniano de Assuntos Exteriores, Hamid-Reza Asefi, disse hoje que a resposta do Irã à proposta do grupo dos cinco países-membros do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha será baseada em seus interesses nacionais. Em sua entrevista coletiva semanal, transmitida ao vivo pela televisão pública, o porta-voz ministerial acrescentou que o Irã tentará responder às preocupações do Ocidente sobre seu programa nuclear.

"No entanto, a resposta às preocupações do Ocidente não significará o sacrifício dos interesses nacionais", disse Asefi, que se mostrou otimista em relação às conversas que seu Governo mantém com a União Européia.

O porta-voz garantiu que Teerã negocia com a Europa e anunciou que Ali Larijani, secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, e Javier Solana, alto responsável de Política Externa e de Segurança da UE, "estão em contato contínuo".

"Larijani e Solana se reunirão na próxima quarta-feira, possivelmente em um país europeu", acrescentou Asefi, que negou que exista um ultimato na proposta do grupo para o Irã. "Não houve um ultimato e acho que impor esse tipo de questão não é construtivo e não ajuda nada", afirmou.

Asefi garante que o Irã dará sua resposta ao pacote de incentivos das grandes potências no próximo mês.

"Os comitês (que estudam a proposta) continuam com sua tarefa, mas ainda não chegaram a uma conclusão", disse Asefi, que acrescentou que "a Europa deveria agradecer pelo fato de o Irã dar uma resposta precisa sobre o pacote de incentivos".

"Não se deve sacrificar a precisão pela rapidez", insistiu Asefi, que negou que o Irã esteja ganhando tempo com a demora.

Quanto à viagem ao Iraque - ainda sem data prevista - do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, Asefi garantiu que ela nada tem a ver com acordos sobre questões nucleares com outros países.

"A viagem de Ahmadinejad ao Iraque, que está na ordem do dia, será para dialogar sobre os assuntos de interesse comum entre os dois países e sobre os temas internacionais e regionais", disse Asefi.