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Internacional
Domingo - 02 de Julho de 2006 às 07:20

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A cúpula da União Africana (UA) realizada em Banjul (Gâmbia) se concentra hoje nas crises que afetam o continente, após um primeiro dia dedicado ao ato de abertura, encontros bilaterais e reuniões informais entre os líderes e o secretário-geral da ONU, Kofi Annan.

Os chefes de Estado e representantes dos 53 países que integram a UA se reúnem a portas fechadas para analisar as recomendações dos ministros de Assuntos Exteriores sobre os diferentes assuntos que estão na agenda do encontro.

As crises em Darfur, região ocidental do Sudão, e na Somália, onde grupos fundamentalistas islâmicos tomaram o controle da capital, Mogadíscio, e tentam estender seu domínio ao resto do país, preocupam os dirigentes africanos que tentam restaurar a paz e a estabilidade nos dois países.

O presidente rotativo da UA, o congolês Denis Sassou Nguesso, ressaltou no sábado a urgência de agir na Somália para reconciliar as facções em disputa, mas ratificou o reconhecimento do organismo regional ao Governo de transição somali, reconhecido também pelo resto da comunidade internacional.

O caso do ex-presidente chadiano Hissen Habré, acusado de crimes contra a humanidade e cujo julgamento é exigido por suas vítimas e por organizações defensoras dos direitos humanos, também será discutido pelos líderes reunidos na capital gambiana.

Um comitê jurídico da UA recomendou que Habré seja julgado na África, de preferência no Senegal, onde vive desde 1990, e não por um tribunal belga, que reivindica sua extradição.

O assunto das migrações também será analisado na cúpula. A proposta da delegação de Mali de estabelecer um Centro africano para a emigração está sendo estudada.

Os líderes deveriam adotar uma "posição comum forte" sobre a questão da emigração, afirma em suas recomendações o presidente da Comissão Africana, Alpha Omar Konare, que qualifica de "inaceitáveis" as medidas unilaterais adotadas por alguns países europeus, que "depois convidam os africanos ao diálogo".

Konare recomenda "mais coerência" nas posturas dos países africanos que são ponto de saída e de passagem dos emigrantes, para rejeitar o que chama de "a lógica imposta (pela Europa) para uma imigração escolhida, que levaria a um verdadeiro ''tráfico de cérebros'', em detrimento da África".

Os líderes mantiveram encontros bilaterais com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, e o iraniano Mahmoud Ahmadinejad, convidados de honra da cúpula e partidários de fortalecer a cooperação sul-sul.

O líder venezuelano manteve uma reunião de meia hora com o presidente de Mali, Amadou Toumani Touré, com quem chegou a um acordo através do qual a Venezuela equipará tecnicamente um hospital de Bamaco (capital) e financiará um programa de microcrédito no país.





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