Aviação israelense ataca escritório de Haniyeh, que não estava

Um helicóptero da Força Aérea israelense lançou um míssil na madrugada de hoje contra o escritório na Cidade de Gaza do primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Ismail Haniyeh, que não estava no escritório, no qual causou grandes danos.

Após o ataque contra seu escritório, Haniyeh foi ao edifício cercado por dezenas de agentes de segurança, onde inspecionou o local, e disse aos jornalistas que "esta é a conseqüência de uma política local" de Israel, e pediu a intervenção do mundo árabe e da comunidade internacional.

O primeiro-ministro da ANP, pertencente ao movimento islâmico Hamas, acrescentou que o Governo israelense "não quebrará nosso espírito".

Fontes governamentais de Israel, citadas hoje pela rádio pública, disseram que o ataque contra o escritório de Haniyeh foi "um sinal".

O ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, tinha afiramdo esta semana que "acabou o baile de máscaras", em referência a que os ativistas islâmicos "estão uns com uniforme militar e outros de camisa e gravata, embora todos sejam o mesmo".

Israel continuou seus bombardeios aéreos em Gaza para conseguir a libertação do soldado Gilad Shalit, seqüestrado há nove dias por comandos palestinos, e no norte matou dois ativistas em instalações do Hamas, cujo braço armado, segundo fontes militares, mantém o militar cativo.

O ataque da força aérea israelense acontece depois de declarações do presidente da ANP, Mahmoud Abbas, que em entrevista coletiva na Cidade de Gaza ontem disse que, de fato, "não há com quem negociar" a libertação do soldado.

O braço armado do Hamas, as Brigadas de Izz al-Din al-Qassam, afirma que quem deve decidir o destino do soldado, por quem exigem a libertação de 1.000 prisioneiros palestinos, são seus líderes políticos, com sede em Damasco e liderados por Khaled Mashaal, e estes, por sua vez, delegam a decisão aos combatentes.

Segundo fontes militares de Israel, Peretz ordenou abrir a partir de hoje e durante quatro dias a passagem fronteiriça de Karni, para o abastecimento da população civil.

De acordo com essas fontes, será autorizada a passagem de 150 caminhões por dia com provisões e remédios.

Além disso, pela primeira vez desde que Israel começou a operação "Chuva de Verão", as autoridades militares permitirão combustíveis e, algumas fontes acrescentaram que também será oferecida eletricidade.

Dois terços dos habitantes da Faixa de Gaza estão sem esse serviço devido à destruição da usina central de eletricidade em um ataque da Força Aérea israelense.

O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, e Peretz - com a assistência dos comandantes da segurança - explicarão hoje aos outros membros do Conselho de Governo seus planos para resgatar o soldado Shalit, e neutralizar os ataques palestinos contra a população israelense através do lançamento de mísseis Qassam a partir de norte da Faixa de Gaza.