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Internacional
Sábado - 01 de Julho de 2006 às 15:15

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O ex-comandante das forças muçulmanas de Srebrenica Naser Oric retornou a Sarajevo após ser colocado hoje em liberdade pelo Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPII), que o condenou por crimes de guerra contra os servo-bósnios.

O TPII, com sede em Haia, sentenciou na sexta-feira Oric a dois anos de prisão, mas ordenou sua imediata libertação, já que estava detido desde abril de 2003.

Centenas de cidadãos receberam Oric com aplausos no aeroporto da capital bósnia. O ex-comandante se negou a falar com a imprensa e, acompanhado por seus seguidores, partiu imediatamente em um comboio de automóveis para a cidade de Tuzla.

O TPII considerou Oric culpado por não ter tomado medidas para prevenir assassinatos e maus tratos de civis sérvios na região oriental bósnia de Srebrenica, em 1992 e 1993, durante a guerra civil no país, mas o eximiu das acusações relativas à destruição de localidades e incêndios de casas.

Os líderes políticos do ente autônomo sérvio da Bósnia e da vizinha Sérvia receberam com indignação a notícia sobre a sentença a Oric, pois consideram que ele é o responsável pelos assassinatos de cerca de três mil sérvios na região de Srebrenica.

"O Tribunal de Haia (TPII) para crimes de guerra não puniu Oric, mas o premiou", afirmou hoje o presidente servo-bósnio, Dragan Cavic. O primeiro-ministro, Milorad Dodik, disse que a sentença é "uma burla da justiça".

O presidente da Sérvia, Boris Tadic, qualificou na sexta-feira a sentença a Oric de "escandalosa", ao ressaltar que penas leves como estas são dadas aos que roubam em supermercados.

Mais de oito mil homens foram assassinatos em Srebrenica depois que as tropas servo-bósnias conquistaram o enclave.

Munira Subasic, presidente de uma associação de mulheres muçulmanas de Srebrenica, afirmou hoje que Oric não é culpado, já que "só defendeu ao povo".

"Fico feliz porque Nasser está em liberdade, mas seremos felizes quando estiverem em Haia (Radovan) Karadzic e o general (Ratko) Mladic", disse Subasic.

Karadzic e Mladic, os ex-líderes político e militar servo-bósnios, são os principais acusados pelo TPII de genocídio em relação ao massacre de muçulmanos de Srebrenica e ainda estão em liberdade.





Fonte: EFE

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