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Economia
Sábado - 01 de Julho de 2006 às 08:12
Por: Roberto Samora

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Luís Carlos Guedes Pinto, o novo ministro da Agricultura, pode tirar proveito do conhecimento técnico e da experiência adquirida na área agrícola do governo para dar continuidade ao trabalho de Roberto Rodrigues e implementar medidas ainda pendentes, mas isso dependerá de um maior apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmaram fontes do setor produtivo.

"Na nossa visão, o problema não é substituir o Roberto Rodrigues, o que será muito difícil, o problema é o governo federal conseguir tratar a agricultura e a pecuária como prioridade," afirmou o presidente da Famasul (Federação da Agricultura de Mato Grosso do Sul), Léo Brito, por telefone.

"O governo precisa entender que a agricultura e a pecuária não podem ser tratadas como algo de terceira categoria," acrescentou ele, lembrando que o maior exemplo desse tratamento pôde ser observado em Mato Grosso do Sul, onde a febre aftosa ressurgiu no final do ano passado.

"Tomara que o Guedes consiga que o governo veja isso."

Para a Farsul (Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul), a nomeação de Guedes foi importante pelo fato de ele já ter conhecimento das principais reivindicações do setor e, por isso, apresentar condições de dar continuidade ao atendimento dos pedidos feitos pelos agricultores.

Na opinião do presidente Farsul, Carlos Sperotto, Lula não colocaria no cargo um técnico tão importante como Guedes se não houvesse a possibilidade de as demais reivindicações do setor produtivo serem atendidas.

"Ele não vai precisar tomar pé da situação. No momento que ele aceitou, acreditamos que ele continuará defendendo as posições e nós continuaremos buscando as coisas que consideramos necessárias," declarou ele, salientando que a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), entidade à qual a Farsul é filiada, deverá se reunir na próxima semana com o novo ministro para pedir a implantação das chamadas "medidas estruturantes," que prevêem a desoneração de impostos para reduzir os custos de produção.

Sperotto, presidente da comissão de crédito agrícola da CNA, disse que as safras futuras poderão ser prejudicadas caso o governo não desonere a produção de impostos como o PIS/Cofins e não amplie a utilização de defensivos e fertilizantes genéricos, mais baratos, por meio de autorização para importação de tais produtos.

Já o presidente em exercício da Famato (Federação da Agricultura de Mato Grosso), Normando Corral, mostrou-se menos otimista.

"Não é a primeira vez que fica no lugar do ministro o secretário executivo. Como vai ser eu não sei. O Roberto Rodrigues tem grande conhecimento da área, mas vejo que o problema é de falta de vontade política do governo para com o setor", disse Corral.

"Então, acho que só muda o nome, não sei se vai representar muita coisa."

Em nota, o vice-presidente executivo da CNA, Pio Guerra, disse que "a agropecuária brasileira tem uma dimensão tal que o ministro precisa ter muita estatura para não prejudicá-la." "Espero que ele seja bem sucedido e todos nós devemos ajudá-lo nessa missão," completou ele.

Falando por telefone, o coordenador do Fórum Permanente de Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira, considerou positiva a nomeação de Guedes para o cargo de ministro por ele ser "benquisto" de Roberto Rodrigues.

"Para nós é importante que ele dê continuidade ao trabalho," destacou, observando que há muito a ser feito até o final do mandato de Lula, como a efetivação do Plano Safra 2006/07.

Já o presidente da Abef (Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frango), Ricardo Gonçalves, considerou, também em entrevista por telefone, que o novo ministro está apto a dar continuidade à implantação do plano de prevenção à gripe aviária, um programa considerado fundamental para o setor que é líder mundial em vendas externas.

"Acredito que o novo ministro está familiarizado com o problema de prevenção da gripe aviária, então acho que a nomeação foi bastante apropriada," disse o dirigente da Abef.

"Temos grande expectativa de que ele deve dar continuidade à implantação do programa, apesar do atraso," acrescentou Gonçalves, lembrando que o governo prometeu liberar 283 milhões de reais para o plano, recursos esses que ainda não foram destinados para tal finalidade.





Fonte: 24 Horas News

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