Memória de 98 dá clima de decisão a Brasil x França
Para a Seleção Brasileira, o reencontro das duas equipes, em Frankfurt, é a chance de dar o troco pela derrota de oito anos atrás. Já os franceses, eliminados na primeira fase na Copa de 2002, querem reviver os dias de glória e confirmar o ‘renascimento’ da geração campeã em 98.
Desde o fracasso no último Mundial, a equipe da França passou a enfrentar insinuações de que estava em decadência e de que jogadores como o craque Zinedine Zidane e o goleiro Fabien Barthez não tinham mais nada a oferecer.
Na vitória por 3 a 1 sobre a Espanha, na última terça-feira, os veteranos franceses deram sinais de que os críticos podem ter se precipitado. A equipe demonstrou ter fôlego, equilíbrio e qualidade, e o terceiro gol fez ressurgir a estrela de Zidane, que promete abandonar o futebol ao final do torneio.
Entre os brasileiros, o treinador Carlos Alberto Parreira e o capitão Cafu insistem que não há clima de revanche, mas não conseguem evitar que a derrota de Paris, há oito anos, seja lembrada a todo instante nos momentos que antecedem a partida deste sábado.
A recordação aumenta a responsabilidade do Brasil, principal favorito ao título na Copa da Alemanha, e faz com que a Seleção Brasileira coloque em jogo não só uma vaga nas semifinais do torneio, mas também o prestígio do futebol pentacampeão.
No retrospecto das partidas contra a França em Copas do Mundo, o Brasil leva a pior: em três jogos, são duas derrotas (3 a 0, na final de 98, e 4 a 2, nos pênaltis, após empate por 1 a 1, nas quartas-de-finais de 1986) e apenas uma vitória (5 a 2, nas semifinais de 1958).
Dúvidas
Na tentativa de acabar com a vantagem francesa no confronto direto em Mundiais, a Seleção Brasileira espera fazer valer o seu favoritismo.
Mesmo sob críticas, o Brasil chega para o jogo deste sábado com uma das melhores campanhas da Copa: quatro vitórias em quatro jogos, com dez gols marcados e apenas um sofrido.
“Temos de ter eficiência máxima e erro zero. A Copa é uma competição que não permite vacilo”, afirma Parreira. “Existem diversas equipes em condições de vencer esse torneio. Por isso, temos de ter cuidado.”
O treinador não confirma a escalação da equipe para a partida, mas a expectativa é de que a Seleção entre em campo com a mesma formação utilizada na vitória por 3 a 0 sobre Gana.
O volante Emerson e o meia Kaká, que se recuperam de dores em seus joelhos direitos, treinaram normalmente no sábado e devem ser liberados para o jogo.
“Acho que estou bem e que tenho condições, sem sentir dor”, disse Kaká. “Se eu não estiver 100%, não vou para o jogo porque acho que não vale a pena arriscar todo trabalho (da equipe) por minha causa.”
França completa
A França também deve repetir diante do Brasil a equipe que entrou em campo na partida contra a Espanha. Zidane e o zagueiro reserva Gael Givet, que haviam sido poupados na quinta-feira, treinaram normalmente na véspera do jogo e estão à disposição do técnico Raymond Domenech.
No jogo de terça-feira, o atacante David Trezeguet ficou no banco de reservas e deu lugar ao novato Franck Ribery, que joga mais recuado e, diante da Espanha, deu mais velocidade aos contra-ataques franceses.
Trezeguet deve ser o único dos seis jogadores da atual seleção da França que estavam em campo na final de 98 a não começar como titular a partida deste sábado.
Os outros remanescentes da equipe campeã são Barthez, Zidane, o zagueiro/lateral Lilian Thuram, o volante Patrick Vieira e o atacante Thierry Henry.
Entre os brasileiros, os seis jogadores que faziam parte da Seleção na Copa da França devem disputar o jogo em Frankfurt desde o início: o goleiro Dida, os laterais Cafu e Roberto Carlos, os volantes Emerson e Zé Roberto e o atacante Ronaldo.
Prováveis escalações:
Brasil: Dida; Cafu, Lúcio, Juan e Roberto Carlos; Emerson, Zé Roberto, Kaká e Ronaldinho Gaúcho; Adriano e Ronaldo.
França: Barthez; Sagnol, Thuram, Gallas e Abidal; Makelele, Vieira, Malouda, Ribery e Zidane; Henry.
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