EUA desqualificam Venezuela e apóiam Guatemala para o CS da ONU

Os Estados Unidos desqualificaram hoje a Venezuela e expressaram seu apoio à Guatemala como candidato para obter um assento não-permanente no Conselho de Segurança da ONU, em uma escolha que será decidida pela Assembléia Geral da organização em outubro.

O embaixador dos EUA na ONU, John Bolton, disse à imprensa que seu país "trabalha por um candidato mais produtivo, nesse caso a Guatemala".

Bolton lembrou que, quando no biênio 1990-1991 Cuba fez parte do Conselho de Segurança, "sua atuação foi pouco efetiva e cooperativa" em um momento de grandes debates no principal órgão de decisão da ONU.

"Não esperamos que os países no Conselho atuem por unanimidade, mas há uma diferença entre discussões construtivas e comportamentos destrutivos, e com base nesses fundamentos achamos que a Venezuela não é o candidato apropriado", declarou Bolton.

O representante americano insistiu que seu país "não tem nenhum problema com o povo da Venezuela", mas sim na maneira como atua seu presidente, Hugo Chávez.

Entre os argumentos que Bolton expôs para apoiar a candidatura da Guatemala, destacou o fato de a nação centro-americana ser "uma democracia emergente, que passou por tempos difíceis, mas que é um país sincero e com uma diplomacia muito ativa".

O embaixador dos EUA na ONU também alegou que, até o momento, a América Central não foi suficientemente representada nos assentos do Conselho de Segurança, uma vez que nos anos recentes outras candidaturas de países da região foram derrotadas.

"Existem muitos argumentos para defender a Guatemala", acrescentou Bolton, que encorajou os Estados-membros da ONU a refletirem antes de dar seu apoio a um dos dois países candidatos para representar o grupo regional da América Latina e Caribe no Conselho de Segurança.

Os 192 países da Assembléia Geral escolherão através de uma votação, em outubro, os países que ocuparão os dez assentos não-permanentes do Conselho para o biênio 2007-2008.

Os outros cinco membros dos 15 do Conselho são permanentes - EUA, Reino Unido, França, China e Rússia - e contam com o poder de veto.

Os países da América Latina e Caribe se mostram divididos sobre que país da região apoiar.

Enquanto Brasil e Argentina expressaram seu apoio à Venezuela, Colômbia e os países centro-americanos manifestaram sua preferência pela Guatemala.