­
Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sexta - 30 de Junho de 2006 às 20:10

    Imprimir


Neste domingo cerca de 71,3 milhões de mexicanos vão eleger um presidente para os próximos seis anos, numa disputa entre o candidato conservador Felipe Calderón e o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, que tem leve vantagem segundo as últimas pesquisas.

Seis anos depois da vitória de Vicente Fox, do Partido Ação Nacional (PAN, conservador), que acabou com 71 anos de governos do Partido Revolucionário Institucional (PRI), o panorama político mexicano aparece mais dividido e polarizado do que nunca.

Três partidos disputam renhidamente o controle do Congresso, que também será renovado neste domingo e pode ficar dividido entre o PAN (na frente, segundo as pesquisas), o PRI e o Partido da Revolução Democrática (PRD).

Nunca em sua história o México havia tido eleições tão disputadas e que podem conduzir, pela primeira vez, à eleição de um presidente de esquerda. Por um lado, López Obrador, do PRD, grita "primeiro os pobres" e defende uma mudança do modelo econômico. Por outro, Felipe Calderón, do PAN, insiste numa luta "entre o bem e o mal".

López Obrador, de 52 anos, chega à disputa eleitoral com uma vantagem de dois a cinco pontos sobre Calderón, segundo as últimas pesquisas da semana passada. Calderón tem vantagem em pelo menos duas pesquisas, enquanto Roberto Madrazo, do PRI, está em terceiro lugar com uma média de 10 pontos, apesar de seu partido governar 17 dos 32 estados mexicanos.

Vários especialistas em pesquisas consideram que ainda não há definição, inclusive sobre o segundo colocado, porque entre quatro e oito milhões de eleitores não decidiram se vão votar.

Nas eleições de 2000, o candidato do PRI, Francisco Labastida, também tinha vantagem nas pesquisas, mas Fox venceu com o voto dos indecisos. Cinco meses de campanha eleitoral polarizaram a sociedade entre esquerda e direita, uma novidade no México depois de décadas de poder autoritário de um único partido e de uma transição frágil.

"A presidência perdeu muito poder nestes seis anos, e a coação aos eleitores nos estados pode trazer problemas", considera Sergio Aguayo, analista do Colégio do México, para quem apesar dos problemas a democracia chegou para ficar.

Em seu programa eleitoral na TV, Calderón advertiu que "López Obrador é um perigo para o México" e o colocou no mesmo nível de Hugo Chávez, o polêmico presidente venezuelano tachado por conservadores e empresários do México de "intolerante" e "autoritário". Em seu contra-ataque, o esquerdista apresenta Calderón como defensor dos interesses da classe alta e de supostamente beneficiar um cunhado com milionários contratos de empresas governamentais.

O clima de polarização exerce uma enorme pressão sobre os institutos de pesquisa. Alguns deles anunciaram menos de quatro pontos de vantagem para o primeiro candidato e optaram por não difundir pesquisas a partir das 20h (22h no horário de Brasília) de domingo. No entanto, o Instituto Eleitoral (IFE) apresentará uma apuração rápida às 23h00 (1h00 de segunda-feira no horário de Brasília) a partir de 7.636 urnas, de um total de 130,5 mil.

A autoridade eleitoral requer pelo menos 1% de vantagem para difundir um resultado parcial, com uma margem de erro de 0,3%. O IFE não descarta o adiamento do resultado, em caso de dúvidas sobre a apuração rápida.





Fonte: AFP

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/291553/visualizar/
emailfacebookgooglepluspinteresttwitterwhatsapp