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Internacional
Sexta - 30 de Junho de 2006 às 16:40

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Dezenas de líderes africanos participarão da cúpula da União Africana (UA) que começa no sábado em Banjul para debater questões relacionadas com a situação na região sudanesa de Darfur, Somália, Costa do Marfim e o caso do ex-presidente chadiano Hissène Habré.

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, e o governante iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, também participarão do encontro como convidados do anfitrião gambiano, Yahya Jammeh, e o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan.

A reunião de ministros de Exteriores dos países participantes, preparatória da cúpula, encerrou seus trabalhos na quinta-feira à noite sem divulgar suas conclusões em todas as questões que estão na agenda, entre elas a do ex-presidente do Chade, Hissène Habré.

Habré é acusado de crimes contra a humanidade e foi reclamado ao Senegal, onde está exilado desde 1990, por um tribunal belga de competência internacional que pretende julgá-lo.

Uma comissão jurídica africana formada para se pronunciar sobre o caso também terminou seus debates e deve submeter suas conclusões aos chefes de Estado.

Segundo fontes próximas à reunião ministerial, o caso de Habré será analisado diretamente pelos governantes que, salvo mudanças de último momento, adotarão as recomendações da comissão de juristas.

Outras versões indicam que a comissão não se mostrou favorável à extradição de Habré para a Bélgica e recomenda que o ex-governante chadiano seja julgado em um país africano, de preferência no Senegal, onde mora atualmente.

A esse respeito, a comissão sugere que a Justiça senegalesa, que se tinha declarado incompetente para processar Habré, faça as mudanças necessárias em seu sistema para tornar possível o julgamento exigido por suas vítimas e várias organizações de defesa dos direitos humanos.

A situação na região sudanesa de Darfur também está na agenda da cúpula de Banjul e, diante da rejeição das autoridades de Cartum em permitir a chegada de uma força de paz da ONU, os líderes africanos poderiam adiar até setembro a mobilização das forças da UA.

A cúpula se pronunciará também sobre a situação na Somália, onde desde o início do ano ocorreram confrontos entre grupos islâmicos fundamentalistas e as milícias dos líderes tradicionais dos clãs tribais do país, apoiados, aparentemente, pelos Estados Unidos.

No que se refere à situação na Costa do Marfim, os dirigentes africanos analisarão a evolução do processo de paz que prevê a convocação de eleições presidenciais para 31 de outubro. Um dos candidatos é o atual governante do país, Laurent Gbagbo, um dos primeiros a chegar a Banjul.

A criação de um centro africano para a emigração, proposta por Mali, também será analisada pelos líderes reunidos na capital de Gâmbia.

Chávez e Ahmadinejad devem propor em seus discursos um novo impulso à cooperação sul-sul, o que não descarta, segundo alguns comentaristas, a busca do apoio africano para a Venezuela e ao Irã em suas conflituosas relações com os Estados Unidos.

Outros que buscam o apoio da África são os candidatos à sucessão de Kofi Annan, cujo mandato como secretário-geral da ONU termina em 2007.

O candidato indiano Sashi Tharoor e o tailandês Syrakirart Satherathal alternam coletivas de imprensa e contatos com as delegações, nas quais expõem sua capacidade de substituir Annan e oferecem garantias suficientes de que darão prioridade aos interesses do continente africano se forem eleitos.





Fonte: EFE

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