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Internacional
Sexta - 30 de Junho de 2006 às 16:35

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O primeiro-ministro palestino, Ismail Haniyeh, exigiu na sexta-feira que Israel interrompa a ofensiva em Gaza, se quiser a libertação do soldado israelense sequestrado, e afirmou que o governo liderado pelo Hamas vai resistir às investidas.

Aviões israelenses bombardearam Gaza, incendiando gabinetes do Ministério do Interior, no terceiro dia da operação militar que pretende pressionar os palestinos a devolver o soldado de 19 anos, capturado no domingo.

A crise agravou as relações entre israelenses e palestinos e colocou ainda mais pressão sobre o governo islamita do Hamas, que está sendo isolado internacionalmente desde que venceu as eleições de janeiro, por se recusar a renunciar à violência e a abrir mão do juramento de destruir Israel.

Falando em público pela primeira vez desde o sequestro do cabo Gilad Shalit, o premiê Haniyeh disse, durante orações em uma mesquita de Gaza, que o Hamas vai resistir às ofensivas e às prisões de seus líderes.

"A agressão tem de parar para que a situação não fique mais complicada", disse ele, acrescentando que está trabalhando junto com mediadores egípcios e com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, para tentar pôr fim à crise.

Ministros do Hamas estão escondidos devido às ameaças de assassinato feitas por Israel. O braço armado do Hamas está entre os grupos que capturaram Shalit, embora o governo afirme não ter tido conhecimento prévio da operação em que o soldado foi sequestrado e outros dois soldados israelenses foram mortos.

O presidente egípcio, Hosni Mubarak, disse em uma entrevista a um jornal que o Hamas havia aprovado a libertação de Shalit sob determinadas condições, mas não esclareceu quais.

Israel já rejeitou a exigência feita pelos militantes para a libertação de prisioneiros palestinos em troca de informações sobre Shalit. Não foi apresentada nenhuma prova de vida.

"Não se iludam, não vamos negociar a libertação de nosso soldado", disse o ministro Meir Sheetrit. Mas, em parte devido à pressão diplomática, Israel recuou e não invadiu o norte de Gaza. A Casa Branca disse que ainda há esperanças.

"Estamos animados pelo fato de os israelenses estarem se contendo em Gaza e de o Hamas estar falando abertamente em repatriar o soldado", disse o porta-voz Tony Snow.

Durante a noite, aeronaves israelenses atingiram cerca de 20 alvos na Faixa de Gaza, território desocupado por Israel no ano passado, após 38 anos.

Entre os prédios atingidos estava o gabinete do ministro do Interior, um edifício usado por militantes das Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, estradas e áreas usadas como base para o lançamento de foguetes contra o território israelense.

Um militante da Jihad Islâmica foi morto, e outro ficou ferido em dois ataques isolados. Os soldados também mataram dois homens em um confronto na Cisjordânia.

Um dia depois de prender dezenas de integrantes do gabinete do governo do Hamas, Israel revogou a permissão de residência em Jerusalém de quatro parlamentares ligados ao grupo.

O Conselho de Segurança da ONU discutiria o assunto na tarde de sexta-feira, a pedido dos países árabes.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha pediu na sexta-feira que Israel permita a entrada de suprimentos médicos em Gaza.





Fonte: Reuters

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