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Cidades/Geral
Sexta - 30 de Junho de 2006 às 09:56

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Na véspera de sentarem frente a frente à mesa para tentar negociar cortes nos subsídios agrícolas e maior abertura comercial, industrial e do setor de serviços, a União Européia e os países em desenvolvimento liderados pelo Brasil acenaram com a possibilidade de cederem em suas propostas para chegarem a um acordo.

A movimentação diplomática, resultado dos encontros prévios ontem em Genebra, jogou para os EUA a responsabilidade pelo avanço na rodada de negociação que começa oficialmente hoje na OMC (Organização Mundial do Comércio).

O comissário de Comércio da UE, Peter Mandelson, surpreendeu ao dizer que o bloco está disposto a se aproximar das demandas do G20, grupo liderado entre outros pelo Brasil e que reúne países em desenvolvimento, fortes exportadores agrícolas. "A UE está preparada para aumentar a oferta significativamente e mover-se para perto das reivindicações do G20", disse, ressaltando, no entanto, que é preciso que interesses da UE sejam atendidos.

Com isso, segundo ele, o corte geral de tarifas de importação de produtos agrícolas poderia atingir, em média, 54%, e, para a UE, 51%.

Essa é justamente a proposta do G20. Até agora, o que estava na mesa era uma redução de 39%. Em troca, a UE quer que os EUA reduzam bastante os subsídios agrícolas de cerca de US$ 48 bilhões anuais.

Mandelson defendeu ainda um movimento conjunto e ressaltou que "não é hora de blefar". Já a comissária de Agricultura da UE, Mariann Fischer Boel, disse que "ofertas de perfumaria" não serão suficientes.

Mais tarde, o chanceler brasileiro, Celso Amorim, admitiu que poderá aumentar o grau de abertura industrial do país se as "ambições na agricultura" forem "atingidas de maneira plena ou quase plena". Ele passou a manhã discutindo o tema com o G20 e também com Mandelson. Na véspera, se reuniu com Susan Schwab, representante comercial dos EUA, que resiste a um acerto.

Abertura brasileira

Amorim falou que o Brasil estaria disposto a fazer concessões na área de produtos industriais. Até agora, o Brasil trabalha oficialmente com o chamado coeficiente 30, um fórmula que faz com que caia pela metade a tarifa máxima aplicada para produtos industriais.

No entanto, a Folha apurou que o governo está disposto a aceitar o coeficiente em torno de 20, o que aumentaria a abertura do mercado nacional. Para Amorim, essa questão não será o fator decisiva para o sucesso do encontro de Genebra. A disputa deve ser entre EUA e UE.





Fonte: Folha de S. Paulo

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