Fazendeiro envolvido na morte de Dorothy deixa hoje prisão
O advogado do fazendeiro afirmou que, assim que ganhar a liberdade, Regivaldo Galvão vai viajar para São Paulo, onde fará tratamento ortopédico e dentário.
O fazendeiro ainda aguarda o julgamento de um recurso especial extraordinário contra a pronúncia do Tribunal de Justiça do Pará, que decidiu pelo júri popular. "Não há indício de autoria do crime para levá-lo ao julgamento", afirmou o advogado Jânio Siqueira.
Repercussão
Mary Cohen, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) paraense, afirmou ontem que "a decisão do STF a favor de um acusado de um crime hediondo acaba estimulando a violência e a impunidade, deixando os demais defensores [dos direitos humanos] ameaçados e vulneráveis".
De Altamira, por telefone, o bispo da Prelazia do Xingu, dom Erwin Krautler --que está ameaçado de morte--, afirmou estar preocupado com a repercussão que a decisão do STF terá entre grileiros, fazendeiros e madeireiros contrários à reforma agrária. "Esse povo vai cantar vitória", disse o bispo.
O advogado da CPT (Comissão Pastoral da Terra) João Batista Gonçalves, que acompanha o processo do caso Dorothy, disse que a liberdade de Regivaldo Galvão é uma "ameaça" às testemunhas de acusação e que vai retardar o julgamento do crime no Tribunal de Justiça do Pará.
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