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Internacional
Sexta - 30 de Junho de 2006 às 07:50

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O primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Ismail Haniyeh, acusou hoje Israel de querer derrubar seu Governo, eleito democraticamente nas eleições de 25 de janeiro pelo povo palestino.

Segundo Haniyeh, este é o "plano premeditado" que o Governo israelense oculta após a ofensiva lançada há três dias por suas forças Armadas em Gaza para resgatar o soldado Gilad Shalit, seqüestrado por milicianos palestinos no domingo.

"Desde a captura do soldado, chamamos os militantes a velar por sua vida e a colocá-lo em liberdade", destacou o primeiro-ministro, "mas parece que o que os israelenses querem não é resgatá-lo, mas derrubar nosso Governo".

Haniyeh, visivelmente nervoso e zangado, também atacou os Estados Unidos por considerarem que as operações militares de Israel têm caráter de "auto-defesa" e lembrou que a população de Gaza está vivendo uma crise humanitária.

O primeiro-ministro, que como outros dirigentes do Hamas está ameaçado pelo Governo israelense por ser dirigente dessa organização, fez tais declarações na mesquita da Muhata, junto a uma antiga estação da ferrovia que unia o Egito à Síria, após participar da prece muçulmana da sexta-feira.

O Exército israelense capturou ontem 87 dirigentes palestinos, entre eles nove ministros de Haniyeh, 23 deputados e os prefeitos cisjordanianos de Jenin e Kalkilia com o argumento de que são suspeitos de "atividades terroristas" contra Israel.

"Estas detenções não mudarão as posições de nosso Governo", assegurou Haniyeh, cujo Gabinete Nacional se reduziu à metade de seus membros, e só opera no território autônomo de Gaza.

Em Gaza, pelo terceiro dia consecutivo, o Exército israelense procura o soldado seqüestrado, enquanto o presidente egípcio, Hosni Mubarak, tenta mediar a crise entre o Hamas e o Governo de Israel.

A aviação e a Força Naval israelenses bombardearam hoje o norte e o sul de Gaza com ataques destinados a evitar que os milicianos lancem seus foguetes Qassam contra cidades israelenses vizinhas e que o soldado cativo seja levado a outro lugar.

A aviação retomou hoje seus bombardeios no norte de Gaza, junto a uma aldeia beduína vizinha do povoado de Beit Lahia, onde causou uma grande explosão, embora não haja registro de vítimas.





Fonte: EFE

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