Bento XVI critica tentativa de tirar Cristo do mundo
Bento XVI também pediu hoje a unidade de todos os cristãos, separados há quase mil anos. O Pontífice falou durante a missa solene da festa de São Pedro e São Paulo, celebrada na basílica de São Pedro, no Vaticano. Durante a solenidade, ele impôs o pálio (faixa de lã branca com cruzes negras), símbolo de comunhão com o Bispo de Roma, aos 27 arcebispos nomeados este ano. Entre eles, os brasileiros José Belisário da Silva, de São Luís (MA), Joviano de Lima Júnior, de Ribeirão Preto (SP), e Orlando Brandes, de Londrina (PR).
Conforme a tradição, uma delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, formada pelo "metropolita" (arcebispo) de Pérgamo, Ioannis, e o bispo de Diokleia, Kallistos, assistiram à cerimônia.
Eles representaram o Patriarca Bartolomeu I.
Na festa de Santo André, patrono da Igreja ortodoxa, em novembro, a Igreja Católica Apostólica Romana envia uma delegação a Istambul.
Em sua homilia, Bento XVI ressaltou a figura de São Pedro e o preço que a Igreja paga por ensinar o Evangelho, "sofrendo até os dias de hoje".
"Cristo é de novo escarnecido e golpeado, continuam tentado tirá-lo do mundo. A pequena barca da Igreja é castigada pelo vento das ideologias, que com suas águas penetram nela e parecem decretar seu naufrágio. No entanto, nessa Igreja que sofre, Cristo sai vitorioso e a fé reage, sempre com força", afirmou o Pontífice.
O Papa acrescentou que São Pedro revela a fraqueza que é própria do homem, mas também a força divina, provando que é o próprio Deus quem constrói, com a fraqueza dos homens, a Igreja.
Para o Papa, a força do homem não bastaria para edificar e guiar a Igreja. Por isso é necessária a mão de Cristo, "que nos levanta do chão".
Cristo pediu a Pedro para manter vivas a fé e a Igreja, apesar de todas as misérias humanas. Por isso, a obrigação de toda a Igreja em todos os tempos é se manter presente no mundo todo.
Bento XVI respeitou a milenar tradição de impor o Pálio aos 27 arcebispos nomeados este ano.
Os outros arcebispos latino-americanos foram Jorge Urosa Savino, de Caracas (Venezuela); Jorge Jiménez Carvajal, de Cartagena (Colômbia); os argentinos Fabriciano Sigampa, de Resistencia, e José Luis Mollaghan, de Rosário.
Completaram a lista os arcebispos de Nápoles (Itália), Crescenzio Sepe; de San Francisco (EUA), George Hugh Niederauer; Washington, Donald William Wuerl; Houston, Daniel di Nardo; os de Pescara, Fermo, Oristano e Benevento (Itália); Marselha (França); Marinor (Eslovênia); Warmia (Polônia); Bamenda (Camarões); Keewatin (Canadá); Thare (Tailândia); Antananarivo (Madagascar); Bloemfontein (África do Sul); Cagayan de Oro e Palo (Filipinas); Abidjan (Costa do Marfim); e Bukavu (República Democrática do Congo).
O Pálio era exclusivo dos papas. Mais tarde foi concedido aos bispos que recebessem de Roma uma jurisdição especial. É feito com a lã de dois cordeiros que todos os anos são abençoados no dia 21 de janeiro, festa de Santa Inês.
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