Feijão toma espaço da soja na região Norte
A maior parte dos produtores que tem pivôs de irrigação, vai passar a cultivar feijão em substituição à soja. Só Notícias apurou que de Nova Mutum a Tabaporã, são 104 pivôs instalados, o que dá uma área irrigada de 11 mil hectares. A maioria dos pivôs está instalada em Sorriso e Lucas do Rio Verde.
Nesta safra, o feijão que ainda está sendo colhido, tem apresentado produtividade média entre 40 sacas a 45 sacas/60 kg por hectare. Os custos para a produção do feijão irrigado são altos, na média de R$ 1,7 mil/ha. Deste valor, R$ 300 são gastos em energia para manutenção dos pivôs na irrigação artificial.
Valter José Peters, gerente do escritório de negócios da Embrapa Arroz e Feijão, em Rondonópolis, destaca que o feijão é um boa alternativa, porém é uma lavoura bem mais tecnificada. "O feijão tradicional, que era plantado na safra normal ou na safrinha, tem muito risco e geralmente a produtividade é muito baixa, o que não motivou muito o plantio. Mas se você planta na época da safra normal, dá muita doença e não alcança nem mil kg por hectare e na safrinha tem o risco: se planta mais cedo, ainda tem muita umidade e favorece a doença; se planta mais tarde aí falta chuva e também é prejudicada", explica.
Já no plantio irrigado por pivô central, consegue-se quase 3 mil kg por hectare, ou algo em torno de 50 sacas. "É bastante interessante para o agricultor, mesmo porque o feijão não é tão exigente em água. O custo da irrigação não é tão grande como nas outras culturas, precisa de uma umidade relativa. Também tem um ciclo mais curto que arroz e soja, sendo colhido antes de 3 meses de plantio", afirmou.
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