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Cidades/Geral
Quinta - 29 de Junho de 2006 às 07:58
Por: Andréa Fontes

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A Delegacia de Polícia de Imigração (Delemig) em Mato Grosso suspeita que existe uma rota do tráfico internacional de mulheres que leva mato-grossenses primeiro para o Estado de Goiás para depois serem realmente encaminhadas para o exterior para a prostituição. A suspeita surgiu de um levantamento feito na delegacia, quando mulheres vão retirar passaportes.

Hoje, Mato Grosso possui duas investigações sobre o tráfico internacional de mulheres em andamento, mas ambas correm em segredo de justiça. Desde 2004, quando o delegado Rodrigo Bittencourt assumiu a Delemig, nenhuma prisão foi feita no Estado como consequência de operações aqui realizadas.

"Temos verificado, no momento da retirada de passaportes, que muitas mulheres estão indo para Goiás. Como se encaixam no perfil das mulheres que saem do país (idade entre 18 e 30 anos, baixa escolaridade, geralmente com filhos) para se prostituírem e como não haveria motivo para retirar passaporte se fossem apenas morar no outro Estado, acredito que sejam pessoas que vão acabar deixando o país", ressalta o delegado.

Ele lembra ainda que a capital de Goiás, Goiânia, é considerada uma das cidades com o maior número do delitos de tráfico internacional de pessoas.

Entre as investigações em andamento em Mato Grosso, uma já tem mais de um ano. A apuração deste tipo de crime ainda é complicada e, por isso, a expectativa da Polícia Federal, também em Mato Grosso, é que a implantação da Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, que está sendo discutida desde ontem em Brasília, venha contribuir para a ampliação das medidas de combate e medidas preventivas ao tráfico internacional de pessoas.

Devido a este problema e à verdadeira rede formada para o tráfico de pessoas, as investigações são pequenas e, muitas vezes, sem sucesso. O delegado lembra que é necessária alguma denúncia com elementos reais para iniciar qualquer investigação. E outro grande empecilho para a Polícia é justamente a ausência de denúncias.

A expectativa, no entanto, é que os métodos de investigação e as punições sejam aprimoradas com a implantação da Política Nacional de Enfrentamento. O delegado aponta que desde 2004 está participando das discussões para implantação desta política.

A intenção do governo, lembra Bittencourt, é justamente dar mais fôlego às investigações. O que se vislumbra é que com a política do enfrentamento o Ministério da Justiça e a Polícia Federal tomem ações concretas e seja destinado um maior aporte de recursos para medidas de combate e medidas preventivas do tráfico internacional de pessoas.





Fonte: A Gazeta

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