Violência por arma de fogo faz parte da realidade de 51% dos brasileiros

Uma pesquisa divulgada por organizações não-governamentais (ONG´s) favoráveis ao desarmamento concluiu que 51 % dos brasileiros, uma a cada duas pessoas, já foi vítima de arma de fogo ou conhece alguém que passou pela mesma situação. Em países como o Canadá, esse número é de 9%. O levantamento também foi feito na Guatemala, África do Sul, Índia e Reino Unido. Os dados fazem parte da campanha Control Arms (Controle de Armas, em português).

A preocupação de tornar-se vítima de armas de fogo também é mais disseminada entre os brasileiros: 94% dos entrevistados disseram temer essa possibilidade. E essa preocupação é pertinente. Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), de 1979 a 2003, mais de 320 mil pessoas morreram no país vítimas de armas de fogo.

Segundo a direção de uma das ONGs que fazem parte da campanha, a Oxfam, a produção das munições também preocupa. De acordo com a entidade, cerca de 14 bilhões de balas são produzidas a cada ano, o que significa 2 balas por habitante do planeta. No Brasil, entidades pró-desarmamento como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), argumentam que quem ganha com a venda de armas são as empresas transnacionais. Para eles, a grande quantidade de armas em circulação no país não resolve os problemas reais do povo brasileiro, como o desemprego e a fome.