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Economia
Terça - 05 de Fevereiro de 2013 às 10:34
Por: RODRIGO VARGAS

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A 494 dias do primeiro jogo da Copa do Mundo em Cuiabá, quase 90% do prometido legado ainda não saiu do papel.

Das 24 obras iniciadas, apenas duas seguem o cronograma previsto, enquanto o restante segue em ritmo lento, acumulando atrasos de até oito meses.

O diagnóstico, contido em relatório divulgado ontem pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), questiona dados oficiais da Secopa e lança dúvidas sobre a possibilidade de conclusão de muitas das principais intervenções de mobilidade urbana até o início da competição.

"Não bastam os prazos de execução das obras serem aditivados, por que a realização da Copa não será adiada", apontou o tribunal, em trecho do documento.

A situação é considerada crítica nas obras de duas das trincheiras da avenida Miguel Sutil (Santa Rosa e Santa Isabel) e na duplicação da Estrada da Guarita, em Várzea Grande.

Investimentos considerados essenciais à realização do evento, como a construção dos Centros Oficiais de Treinamento, não foram sequer licitados.

Na Arena Pantanal, segundo a avaliação do TCE, os percentuais de conclusão divulgados pela Secopa não correspondiam à realidade da obra até o final de dezembro de 2012.

Em vez dos 55% de conclusão anunciados à ocasião, os auditores e técnicos do tribunal encontraram um percentual de apenas 37,41% de avanço.

Segundo o tribunal, os números da evolução da Arena foram inflados em razão de uma manobra ilegal que antecipou R$ 35 milhões em pagamentos ao consórcio que reúne as empreiteiras Mendes Júnior e Santa Bárbara.

O dinheiro bancou a confecção e montagem das estruturas metálicas e peças pré-moldadas de concreto das arquibancadas.

"Em vez pagar pelo serviço após a medição, o governo antecipou o pagamento às empreiteiras, o que é ilegal", comentou o conselheiro Antônio Joaquim, relator das contas da Secopa.

Mesmo considerando-se os valores antecipados, o avanço da obra apurado pelo TCE ainda seria de 45,8% - inferior, portanto, ao divulgado pelo governo em dezembro e muito distante dos 62% anunciados ontem pela Secopa.

Segundo o TCE, a média mensal de pagamentos referentes à obra da arena é de cerca de R$ 6,2 milhões. Mantido esse ritmo, a obra só ficaria pronta em 2016. "A obra terá que caminhar em um ritmo 3,3 vezes mais rápido que o verificado até o momento", diz o relatório.

A lentidão não se resume às obras. O governo, segundo o tribunal, ainda não se habilitou a receber os benefícios do programa Recopa, que prevê isenção tributária às obras das arenas da Copa e que, no caso de Cuiabá, poderia chegar a R$ 15 milhões. “O governo está perdendo dinheiro, pois este benefício não é retroativo”.

Para Antônio Joaquim, o resultado da avaliação é “preocupante, mas não alarmante”. “O nosso alerta é para que haja um plano de ação. É preciso uma mudança urgente de estratégia, sob pena de ficar comprometido todo o calendário de preparação.”




Fonte: Do GD

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