Famílias assentadas em Aripuanã vivem nova realidade com recursos do Programa
Mineiro de Governador Valadares, ele é um dos milhares de brasileiros que migraram para a região Norte do País em busca do ilusório lucro dos garimpos e mais tarde das terras fartas, porém, difíceis de trabalhar em função da dificuldade de financiamento para plantio. Em Rondônia ele deixou a atividade garimpeira e começou a trabalhar com a pequena agricultura, vindo depois para a região de Aripuanã.
Remanejado de uma área indígena e assentado no projeto Lontra como outras famílias, seu Raimundo aguardava do Governo a regularização da terra para que pudesse buscar financiamento para a pequena produção que planeja cultivar em sua chácara de 25 hectares. Com a regularização fundiária promovida pelo Intermat, seu Raimundo e outras 169 famílias já tiveram seus lotes documentados e reunidos em associações podem agora partir para a tomada de financiamentos junto aos bancos oficiais, sendo que alguns já tiveram acesso a créditos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf-A).
“Dentro da terra que hoje é minha já planto pupunha, cupuaçu, açaí, mamona, e as culturas brancas como batata, mandioca que dá para sustentar a família. Agora espero conseguir um financiamento para melhorar minha lavoura e irrigar a plantação”, conta seu Raimundo que sozinho conseguiu montar um sistema artesanal para irrigar a plantação e abastecer a casa e afirma orgulhoso que trabalha a lavoura em apenas uma porção do lote, preservando a maior parte da área de floresta de sua chácara.
Dentro do projeto Lontra, o Governo do Estado em parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) já construiu 63 casas para os assentados dentro de um projeto de construção de 100 unidades. Em visita ao assentamento nesta segunda-feira (26.06), o governador Blairo Maggi autorizou a construção das outras 37 unidades e também de um poço artesiano, uma vez que grande parte das casas não tem acesso à água.
Sobre a energia elétrica que ainda não chegou ao assentamento, Maggi assegurou que a parte que cabe aos governos Estadual e Federal no Programa Luz Para Todos já foi cumprida restando agora a concessionária no Estado implantar o sistema. “A regularização que é uma das preocupações do Governo está sendo cumprida, dando condições aos homens e mulheres que chegaram a esse Estado de ter um pedaço de chão de onde pudesse tirar seu sustento com dignidade e condições.
Por isso estamos estruturando aos poucos as vilas rurais em Mato Grosso e tornando regular o que por décadas permaneceu na ilegalidade”, destacou o governador ao falar da regularização fundiária rural de outras três glebas no município, a Rio Branco, Vale dos Sonhos e Aripuanã, cuja autorização foi assinada com a Prefeitura e o Intermat.
OUTRA REALIDADE
O que era antes um barraco de tábuas velhas tornou-se agora um “palácio” para o casal de agricultores Eva da Conceição e Gervásio de Pinho. Eles são um dos beneficiados com as novas casas erguidas no projeto Lontra e estão felizes com a nova moradia que agora gera melhores condições para abrigá-los e aos filhos. Desde que saíram do interior mineiro em busca de um sonho no distante Estado de Rondônia, a vida foi morar em barracos de lona ou tábua, às vezes em beiras de estradas.
Somente agora, depois de ter o título definitivo da terra em mãos no assentamento onde moram há mais de 15 anos, eles tiveram realizado o sonho de uma casa melhor e com mais conforto pelo Programa Nossa Terra, Nossa Gente.
“Nossa vida melhorou demais com essa casa nova. Agora tenho mais forças para trabalhar junto com meu marido, que mesmo doente faz de tudo um pouco, e com a energia teremos condições de vender e guardar mais o que produzimos”, disse dona Eva.
Outro casal que não deixa a oportunidade passar para aproveitar cada pedaço de chão é José Araújo Aragão, 52 anos e Iva Francisca da Cruz. Há ste anos no assentamento, eles plantam grãos como arroz, milho e feijão, hortaliças, e ainda criam pequenos animais e vacas leiteiras. A única dificuldade segundo dona Iva, é a falta de energia elétrica, que gera desconforto e perda de alimentos.
“Se tivesse energia eu congelava a polpa das frutas e vendia na cidade”, lamenta a agricultora, , eu mesmo ainda morando em uma casa de tábua, se diz feliz com a vida que leva no campo.
“Estou feliz não tenho o que reclamar, a pessoa que mora no sítio não passa necessidade, só se não tiver vontade de trabalhar”, disse.
O assentamento Lontra possui ainda uma pequena vila com escola, igreja, posto de saúde e atendimento de transporte escolar e urbano.
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