Julgamento de empresário Paulo Roberto Gomes dos Santos é adiado
Na noite do dia 13 de abril de 2004, Paulo Roberto assassinou a estudante do curso de técnico de Enfermagem Rosimeire Maria da Silva, de 25 anos, com quem mantinha um relacionamento amoroso.
Ele a decapitou e decepou parte dos dedos. Sem a cabeça e com alguns dedos das mãos cortados, o corpo da estudante foi encontrado no barranco do rio São Lourenço, próximo à ponte que corta uma das principais rodovias do estado, a BR-364, no município de Jaciara (150km de Cuiabá).
Paulo Roberto dos Santos era casado e morava no município de Lucas do Rio Verde, onde tinha uma loja de auto-peças, e vivia há 13 anos com o nome falso. Em Cuiabá, durante quase um ano e meio manteve Rosimeire como amante em um apartamento alugado.
Desconfiado, chegou a contratar um investigador particular para acompanhar os passos da garota. Depois, com fotos onde supostamente a estudante aparecia em companha de um amigo numa boate, a matou e tentou ocultar o corpo.
Paulo Roberto dos Santos chegou a acompanhar a mãe de Rosimeire, dona Zilda Maria da Silva, em uma revista pelo apartamento um dia após o desaparecimento.
À mãe, o empresário chegou a dizer que não sabia de nada porque estava na cidade de Lucas na noite anterior. Mas dois dias depois, em 16 de abril, chamado a depor na polícia, atirou-se do terceiro andar do prédio onde funciona a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na rua Miranda Reis, sofrendo lesões graves no baço e escoriações pelo corpo.
Semanas após o assassinato, além de descobrir a identidade falsa, policiais DHPP souberam que Paulo dos Santos era um ex-policial militar do Rio de Janeiro que estava sendo investigado pelo assassinato de um delegado de polícia, em 1988.
Para a mãe de Rosimeire, o adiamento do júri, sem motivo aparente, trouxe um aperto no coração e o medo de que a morte da filha caia no esquecimento. “Perco noites de sono pensando no que aconteceu com minha filha, uma moça alegre que não tinha coragem de fazer mal a ninguém”, desabafou dona Zilda Silva, de 57 anos.
“Tenho muito medo que o assassinato dela cai no esquecimento, que ninguém toque mais no assunto e ele saia da prisão em pouco tempo”, revelou a mãe.
Dona Zilda justificou o motivo de sua preocupação dizendo que há casos de assassinatos ocorridos depois do da filha dela que já foram julgados e os acusados presos e condenados. “Já se passaram quase dois anos e meio e nada de julgamento”, reforçou.
Há alguns meses dona Zilda entrou para a Associação das Famílias das Vítimas de Violência (AFVV-MT), uma entidade que luta para agilizar o trâmite de processo e evitar que crimes como o praticado contra filha dela fiquem impunes.
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