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Quarta - 28 de Junho de 2006 às 07:36
Por: Patrícia Neves

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Por 9h, o corpo do peão de boiadeiro Luiz Siqueira da Silva, 49, ficou estendido no chão de uma fazenda às margens da BR-070, à espera do carro do Instituto Médico Legal (IML). O assassinato foi registrado por volta das 6h30 da manhã, a perícia criminal foi realizada pouco depois do crime, mas somente às 16h o corpo foi retirado do local. O problema é que a única viatura que está sendo usada pelo IML havia se deslocado para um distrito a 80 km da sede da cidade de Barão de Melgaço. A distância, de pelo menos 360 km, teria sido a causa da demora.

Normalmente a retirada de um corpo não se prolonga por mais de uma hora. Ela só acontece mediante a liberação do corpo pelo delegado responsável pelo atendimento da ocorrência.

O coordenador de Medicina Legal em Mato Grosso, Celso Serafim Silva, informou que as duas viaturas de Cuiabá, um Fiat e uma Toyota, apresentaram problemas no motor na semana passada e foram encaminhadas para a Oficina Única do Estado. Em decorrência deste fato, ele teve de pedir uma viatura emprestada para a unidade do IML de Cáceres. Ele argumentou que pediu regime de urgência para o conserto dos carros, mas que não tinha informações sobre quando seriam liberados. Cada um dos rabecões tem capacidade para quatro gavetas e a área de abrangência de atendimentos é grande. "Pegamos a região da Grande Cuiabá, até quase Rondonópolis e também Santo Antônio do Leverger inteiro", disse.

Indignação - A família da vítima ficou revoltada com a espera. "Um absurdo tudo isso. Sofremos duas vezes", lamentou a sobrinha da vítima, Daniele Campos, que só tomou conhecimento do problema quanto às viaturas após conversar com a reportagem. "Ninguém disse nada oficialmente pra gente".

Ela assegurou que se lhes fosse permitido, eles teriam feito o traslado do corpo até a sede o IML, no bairro Carumbé, para que fosse submetido a necropsia. Em casos de mortes violentas a liberação do cadáver só é feita após a realização deste exame.

O crime - O peão José Raimundo Rodrigues da Silva, 43, foi preso em flagrante pelo assassinato de Luiz. Ambos discutiram na manhã de ontem porque José tinha ciúme da esposa dele com a vítima. Na confusão, Luiz deu um tiro de espingarda contra a perna de José. Mesmo ferido, eles entraram em luta corporal e José acertou uma facada que matou Luiz. Ele foi preso pela Polícia Militar pouco tempo depois.

O delegado plantonista de Várzea Grande, Amauri Ferreira, informou que o fato de manter policiais civis atendendo uma ocorrência por tanto tempo terminou prejudicando os trabalhos na unidade policial. Explicou ainda que José, após deixar o Pronto-Socorro Municipal (PSM) onde está internado, vai ser indiciado em flagrante por assassinato.





Fonte: A Gazeta

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