Algodão de MT à venda em todo Brasil
No total, serão ofertadas 160,5 mil toneladas (t) de algodão em pluma, oriundas de nove estados produtores. Mato Grosso participa do leilão com 81,66 mil/t. A Bahia é o segundo a ofertar o maior volume de algodão ofertado (56,12 mil/t), seguido de Goiás (11,44 mil/t), Mato Grosso do Sul (5,21 mil/t), Minas Gerais (3,05 mil/t), Maranhão (1,13 mil/t), São Paulo e Piauí (689/t cada um) e Distrito Federal (500 toneladas).
De acordo com o edital, o preço de referência é de R$ 24,50 e o prêmio ao produtor é de R$ 0,55 por quilo de algodão em pluma. Este será o valor máximo que o governo pagará ao arrematante como valor mínimo de referência.
“O governo está atendendo a uma reivindicação do setor na área de comercialização, mas ainda não é a solução definitiva. O Pepro apenas ajuda”, analisa o diretor executivo da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Décio Tocantins.
Segundo ele, o setor algodoeiro não vive um bom momento devido a um conjunto de fatores que vai desde a política cambial até os altos custos de produção.
“Temos preços de venda historicamente equilibrados, mas em dólar é ruim por causa da sobrevalorização do real”, reforça.
Ele disse que o Pepro sinaliza o reconhecimento do governo federal em relação às dificuldades que os produtores estão enfrentando para comercializar a safra.
Na avaliação dos produtores, a principal vantagem do mecanismo, que tem como objetivo nivelar o preço mínimo com o preço de mercado, é o pagamento direto do governo ao agricultor ou cooperativa. Atualmente, o benefício é repassado aos compradores da matéria-prima. A nova fórmula era uma demanda do setor com o objetivo de ajudar na comercialização do algodão.
Para participar do leilão, os agricultores precisam apresentar documentação, avalizada pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) ou suas filiadas, que comprove a área e região de plantio, bem como volume da safra. Isso funcionará também como uma forma de fiscalização do setor privado sobre o programa.
A meta é equalizar 460 mil/t, o equivalente a R$ 253 milhões em prêmios ou 46% da safra 05/06, estimada em 1 milhão/t. O governo federal está auxiliando o setor porque, além da redução de área plantada (cerca de 20% nesta safra), a cotonicultura enfrentou outros problemas este ano, como baixo preço e clima adverso.
SAFRA MT -- A safra mato-grossense de algodão deverá registrar quebra acima da esperada pelos cotonicultores em função do excesso de chuvas no período de pré-colheita. Levantamento da Ampa, divulgado no início do mês pelo Diário, prevê uma “perda extra” de até 15% na produtividade só por conta deste fenômeno.
A estimativa inicial de perda era de 13,46% na produção, já que estavam previstas a produção de 450 mil/t de pluma na atual safra, contra 520 mil/t de pluma colhida na safra passada. A área plantada sofreu recuo de 17,45%, caindo de 430 mil hectares (ha) para 357 mil/ha na atual safra.
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