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Economia
Quarta - 28 de Junho de 2006 às 07:01
Por: Marcondes Maciel

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O novo modelo de comercialização lançado recentemente pelo governo federal -- o Prêmio de Equalização pago ao Produtor (Pepro) -- será testado oficialmente no pregão de algodão marcado para amanhã.

No total, serão ofertadas 160,5 mil toneladas (t) de algodão em pluma, oriundas de nove estados produtores. Mato Grosso participa do leilão com 81,66 mil/t. A Bahia é o segundo a ofertar o maior volume de algodão ofertado (56,12 mil/t), seguido de Goiás (11,44 mil/t), Mato Grosso do Sul (5,21 mil/t), Minas Gerais (3,05 mil/t), Maranhão (1,13 mil/t), São Paulo e Piauí (689/t cada um) e Distrito Federal (500 toneladas).

De acordo com o edital, o preço de referência é de R$ 24,50 e o prêmio ao produtor é de R$ 0,55 por quilo de algodão em pluma. Este será o valor máximo que o governo pagará ao arrematante como valor mínimo de referência.

“O governo está atendendo a uma reivindicação do setor na área de comercialização, mas ainda não é a solução definitiva. O Pepro apenas ajuda”, analisa o diretor executivo da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Décio Tocantins.

Segundo ele, o setor algodoeiro não vive um bom momento devido a um conjunto de fatores que vai desde a política cambial até os altos custos de produção.

“Temos preços de venda historicamente equilibrados, mas em dólar é ruim por causa da sobrevalorização do real”, reforça.

Ele disse que o Pepro sinaliza o reconhecimento do governo federal em relação às dificuldades que os produtores estão enfrentando para comercializar a safra.

Na avaliação dos produtores, a principal vantagem do mecanismo, que tem como objetivo nivelar o preço mínimo com o preço de mercado, é o pagamento direto do governo ao agricultor ou cooperativa. Atualmente, o benefício é repassado aos compradores da matéria-prima. A nova fórmula era uma demanda do setor com o objetivo de ajudar na comercialização do algodão.

Para participar do leilão, os agricultores precisam apresentar documentação, avalizada pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) ou suas filiadas, que comprove a área e região de plantio, bem como volume da safra. Isso funcionará também como uma forma de fiscalização do setor privado sobre o programa.

A meta é equalizar 460 mil/t, o equivalente a R$ 253 milhões em prêmios ou 46% da safra 05/06, estimada em 1 milhão/t. O governo federal está auxiliando o setor porque, além da redução de área plantada (cerca de 20% nesta safra), a cotonicultura enfrentou outros problemas este ano, como baixo preço e clima adverso.

SAFRA MT -- A safra mato-grossense de algodão deverá registrar quebra acima da esperada pelos cotonicultores em função do excesso de chuvas no período de pré-colheita. Levantamento da Ampa, divulgado no início do mês pelo Diário, prevê uma “perda extra” de até 15% na produtividade só por conta deste fenômeno.

A estimativa inicial de perda era de 13,46% na produção, já que estavam previstas a produção de 450 mil/t de pluma na atual safra, contra 520 mil/t de pluma colhida na safra passada. A área plantada sofreu recuo de 17,45%, caindo de 430 mil hectares (ha) para 357 mil/ha na atual safra.





Fonte: Diarío de Cuiabá

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